quinta-feira, 25 de abril de 2024

Dança e rituais em SP

Na manhã de 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, representantes da etnia pankararu pararam por meia hora o atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Real Parque, zona sul da capital paulista. A sala de recepção ficou repleta de pessoas e sons de chocalhos, os maracás, para a o ritual do toré, dança que atrai boas energias.

O povo pankararu é originário de Pernambuco. Vieram para São Paulo desde a década de 1940, fugindo da seca e de outras dificuldades. Na capital paulista, trabalharam em obras monumentais, como o Palácio dos Bandeirantes e o Estádio do Morumbi.

Muitos ficaram na zona sul, morando precariamente perto do trabalho. Fixaram-se no Jardim Panorama e na favela Real Parque, onde vive a maior quantidade de parentes pankararu da capital paulista, cerca de mil pessoas.

Articulados, mantém associação e conquistaram a primeira Unidade Básica de Saúde com atenção às necessidades indígenas, no Real Parque. Foi nela que oito homens e mulheres, devidamente paramentados, entoaram cantos, agitaram seus maracás e dançaram o toré.

Foram acompanhados por cerca de 30 pessoas, entre funcionários da UBS, pacientes e parentes da área e de outros bairros. Um deles é Henrique Pankararu, 32 anos – aniversariando exatamente no Dia dos Povos Indígenas. Ele mora em Pinheiros e veio prestigiar os parentes. “São minha maior referência”, diz.

Que Deus?

Os espíritos encantados, que são plantas, animais, ancestrais, tudo que vive ou virou espírito, conforme compreensão pankararu.

Fonte, citado parcialmente: https://www-terra-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/www.terra.com.br/amp/visao-do-corre/role-de-quebrada/indigenas-fazem-ritual-de-danca-na-favela-real-parque-em-sp,76581a3386387f36b49d4cd564f5fe31bvpicdou.html?amp_js_v=0.1&amp_gsa=1#webview=1

Bordel era centro social

A Roma Antiga tinha uma sociedade muito vibrante e complexa, onde a prostituição desempenhava um papel importante. Era legal, licenciado e muito comum. Na verdade, os bordéis ocupavam uma posição única e controversa na sociedade romana. Esses estabelecimentos, conhecidos como “ lupanaria ”, eram partes integrantes da vida urbana romana, atendendo aos diversos desejos dos cidadãos, soldados e viajantes. Operando sob o olhar atento da condenação moral e da aceitação social, os bordéis da Roma Antiga eram centros de prazer e comércio, oferecendo um vislumbre das complexidades das atitudes romanas em relação à sexualidade, classe e poder.

Os bordéis na Roma Antiga não eram clandestinos, operações tabu escondidas em becos escuros, mas eram frequentemente estabelecimentos proeminentes e elogiados, estrategicamente localizados em centros movimentados das cidades. Estes lupanários eram facilmente reconhecíveis pela sua sinalização distintiva e eram frequentados por indivíduos de todas as esferas da vida. O poeta romano Martial descreveu-os como “abertos a todos os ventos”, enfatizando a sua acessibilidade e falta de discriminação. Andando pelas ruas de qualquer grande cidade romana, você não poderia deixar de ver um bordel. Grandes falos estavam gravados na calçada, conduzindo os pedestres em direção a um bordel.

Um dos aspectos mais notáveis dos bordéis romanos era o seu estatuto jurídico. Embora a prostituição em si não fosse ilegal na Roma Antiga , regulamentos e restrições regiam o funcionamento dos bordéis. Os proprietários de bordéis, conhecidos como “lenones”, eram obrigados a registar os seus estabelecimentos junto das autoridades e a cumprir determinados regulamentos, como a manutenção de padrões de higiene e o pagamento de impostos. Este quadro jurídico proporcionou um certo grau de protecção tanto aos trabalhadores como aos frequentadores destes estabelecimentos, embora também os tenha submetido ao escrutínio e vigilância por parte das autoridades.

A clientela dos bordéis romanos era muito diversificada, refletindo o caráter cosmopolita da cidade. Desde aristocratas ricos até trabalhadores comuns, podiam ser encontradas pessoas de todas as classes sociais que procuravam os serviços de prostitutas. Para muitos romanos , visitar um bordel era considerado uma parte normal e até essencial da vida urbana. A disponibilidade de serviços sexuais proporcionou uma saída tanto para os desejos físicos como para as interações sociais, promovendo um sentido de comunidade dentro destes estabelecimentos.

Dentro dos muros de um bordel romano, prosperava um ecossistema complexo, governado pelo seu próprio conjunto de regras e hierarquias. As prostitutas, conhecidas como "meretrizes", ocupavam um papel central nesta hierarquia, com indivíduos experientes e qualificados cobrando honorários e prestígio mais elevados. Essas mulheres vieram de diversas origens, desde escravas e libertas até empreendedoras independentes. Apesar do estigma social associado à sua profissão, algumas prostitutas conseguiram acumular riqueza e influência significativas, desafiando as noções tradicionais de género e classe . Muitos, no entanto, viviam vidas pobres e vítimas de abusos, e muitas vezes ficavam à mercê dos cafetões que ficavam com a maior parte de seus ganhos.

O funcionamento diário de um bordel romano era meticulosamente organizado, com lenones supervisionando a gestão do estabelecimento e garantindo o bom funcionamento dos seus serviços. As prostitutas eram frequentemente divididas em categorias com base na idade, aparência e especialização, permitindo que os clientes escolhessem de acordo com suas preferências. Os quartos do bordel foram mobiliados para oferecer conforto e privacidade, proporcionando um ambiente discreto para a realização de transações. Afrescos eróticos adornavam as paredes dos bordéis, exibindo relações sexuais em diversas posições e inspirando os clientes.

Além de meras transações, os bordéis romanos também serviam como espaços de socialização e entretenimento. Muitos estabelecimentos ofereciam comodidades como comida, bebida e música, criando uma atmosfera de convívio para os clientes desfrutarem. E além da arte erótica e da decoração que adornavam as paredes, muitas grafites também foram inscritas, valorizando ainda mais a experiência sensorial dos visitantes, muitas vezes servindo como “avaliações” da qualidade do bordel. Em alguns casos, os bordéis até organizavam apresentações e espetáculos, confundindo os limites entre comércio e entretenimento.

Apesar da sua onipresença e significado cultural, os bordéis romanos não estavam imunes às críticas e à condenação moral. Filósofos como Sêneca e Catão, o Velho, condenaram a decadência moral que acreditavam estar associada à prostituição, vendo-a como um sintoma de declínio social. As autoridades religiosas também expressaram desaprovação desta prática, condenando-a como pecaminosa e imoral. No entanto, a procura de serviços sexuais persistiu, sublinhando a complexa interação entre o desejo humano e as normas sociais na Roma Antiga.

É, no entanto, inegável que os bordéis na Roma Antiga ocupavam um papel complexo e multifacetado na sociedade, servindo tanto como locais de comércio sexual como de expressão cultural. Estes estabelecimentos reflectiam a diversidade e as contradições inerentes à vida romana, oferecendo uma janela para as complexidades das antigas atitudes em relação à sexualidade, classe e poder. Apesar de enfrentarem censura moral e restrições legais, os bordéis prosperaram como centros vitais da vida urbana, atendendo aos variados desejos de uma população cosmopolita. Seu legado permanece como um testemunho do fascínio humano duradouro pelo prazer e pela intimidade ao longo dos tempos.

Fonte: https://www.ancient-origins.net/history-ancient-traditions/roman-brothels-0020648
Traduzido com Google Tradutor.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Milei fecha serviço essencial

Em um movimento com repercussão em toda a América Latina, o governo de Javier Milei anunciou o desmantelamento do Programa Nacional de Prevenção da Gravidez Não Intencional na Adolescência (Enia), um modelo elogiado pela sua eficácia desde sua criação em 2018. Especialistas expressam preocupações sobre os impactos desse corte, não apenas na saúde reprodutiva dos jovens argentinos, mas também nos direitos das mulheres.

Durante o período de 2018 a 2021, o Enia conseguiu reduzir significativamente o número de gestações entre adolescentes argentinas, com uma queda notável de 22 pontos percentuais na taxa de fecundidade nessa faixa etária. No entanto, o anúncio recente de que 619 profissionais de saúde ligados ao programa não teriam seus contratos renovados indica o fim abrupto dessa iniciativa, destaca reportagem do jornal O Globo.

A socióloga Silvina Ramos, ex-coordenadora do programa, lamenta o desfecho e aponta para as consequências adversas que essa medida pode acarretar. "Cada gravidez adolescente evitada representa um custo de apenas US$ 60 para o Estado. O que estamos vendo é um retrocesso alarmante em uma área crucial da saúde pública", destaca.

Além disso, o temor se estende à possibilidade de que o governo Milei possa também comprometer outras conquistas das argentinas, incluindo a legalização do aborto. A falta de financiamento para a compra de medicamentos utilizados em abortos legais levanta preocupações sobre a garantia desse direito fundamental.

A ausência de uma política clara em saúde reprodutiva e sexual é vista como um sinal preocupante por especialistas.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/milei-encerra-programa-de-prevencao-a-gravidez-na-adolescencia

Quebrando o monólogo

Pergunta rápida. Por que os conservadores e os fundamentalistas cristãos fazem tanta questão de atrapalhar ou impedir o direito ao aborto?

O controle sobre os direitos reprodutivos é parte do controle sobre o corpo. Quando se impõe leis que controlam o corpo, o desejo, o prazer e o sexo, o resultado é um controle sobre a sociedade.

John Stonestreet, que eu carinhosamente chamo de "Stoned"street, costuma ser obstinado e obcecado em negar a existência de pessoas intersexuais.
A homofobia e a misoginia fazem parte do Cristianismo. A postura contra o aborto é mais doutrinária do que racional, médica ou científica.

Como de costume, eu vou citar, analisar e criticar um texto dele.

"A violência sexual não deve ser usada como arma retórica no debate sobre o aborto."

John não quer o diálogo, ele está mais para o monólogo, quer impor o seu discurso no tema do aborto. Não existe retórica onde a doutrina reina.

"O aborto sob demanda não ajuda vítimas de estupro. Em vez disso, encoraja e capacita os perpetradores."

Isso é tão absurdo quanto alegar que o uso de camisinha provoca gravidez não planejada.

"Na verdade, de que outra forma se pode explicar alguém que pensaria que um relatório alegando um aumento tão chocante na criminalidade sexual em 14 estados é na verdade uma história sobre aborto e não sobre crime?"

Na verdade, ele mesmo descreveu, o aumento de crimes sexuais ocorreu em estados onde existem restrição ao aborto.

Mas isso é "apenas um pequeno detalhe".
Além do que, eu aponto para a hipocrisia dos cristãos. Falam na "sacralidade da vida" como se o Cristianismo não fosse o motivo da morte de milhares de inocentes.

terça-feira, 23 de abril de 2024

O tamanho do estrago

Nós ainda não estamos dando conta do estrago do Bolsonarismo.
Uma notícia aponta o abismo:

A prefeita da cidade de Canoinhas (SC), Juliana Maciel (PSDB), publicou um vídeo em que descarta os livros distribuídos pelo Projeto Mundoteca-- iniciativa apoiada pelo governo federal--, na quarta-feira, 17, em suas redes sociais.

Durante a ação, a gestora alegou que a biblioteca do município não teria 'porcarias' em seu acervo e jogou no lixo exemplares de As Melhores do Analista de Bagé, de Luís Fernando Veríssimo, e Aparelho sexual e Cia., obra que foi publicamente criticada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Mais uma vez o governo do PT faz esse tipo de coisa: bota o adolescente, bota a criança, induz a coisa que não é dos valores do que a gente acredita, não é o que a família quer que ele aprenda. Não é realmente o que uma criança ou até um adolescente precisa ler numa biblioteca", declarou.

(https://www.terra.com.br/amp/noticias/educacao/prefeita-joga-livros-doados-a-biblioteca-no-lixo-e-culpa-lei-rouanet-porcaria,c3c337f9ec225eec304af1df4b535c600vbiizmv.html?amp_js_v=0.1&amp_gsa=1#webview=1)

Peraê. Cadê os boçais (conservadores, cristãos, reacionários e bolsonaristas) que defenderam a "liberdade de expressão ", apoiando Elon Musk e criticando Alexandre Moraes? Então como essa prefeita (bolsonarista) quer censurar livros?
O que essa gente faz não é pela liberdade de expressão, mas querem permissão para disseminar fake news e discurso de ódio. A Grande Mídia que faz eco a esse pleito, tem a mesma intenção de Elon Musk, que é garantir a audiência e o lucro. Sem esquecer que a direita, seja a extrema ou a alternativa, é uma teoria política concebida pelos burguêses para "consertar" as crises do capitalismo que eles mesmos provocaram.

A mancada de Mankey

Eu tenho outros textos onde eu analiso e crítico Jason Mankey.
Houve um tempo que o Patheos era uma fonte útil de textos. Houve um tempo que Jason escrevia algo relevante. Mas Jason errou a mão novamente.

Título do texto - Você Não Precisa De Uma Bíblia.

Quem nasceu e cresceu em um país majoritariamente cristão, conhecer a Bíblia é necessário para questionar, contestar e criticar o Cristianismo. Em seus quase 2k anos de existência, a organização religiosa que surgiu e cresceu no Cristianismo usa a Bíblia como suporte e justificativa para seus crimes.

Então não fode, Mankey.

Ele cita um texto de Ann Trip, título A Bíblia também é um recurso necessário para os pagãos. Sabendo ler nas entrelinhas e fazendo um monte de pesquisa, a Bíblia, curiosamente, é um bom recurso para os pagãos modernos.

O que é preocupante é a declaração do Mankey.

"Mas não me importo quando os radicais usam a Bíblia contra mim porque não acredito na Bíblia. Usar a Bíblia para me defender da Bíblia dá à Bíblia um certo poder que ela realmente não tem na minha vida."

"Há muita coisa na nossa cultura que pode ser “culturalmente” cristã, mas não há nada que sugira que todos estejamos obrigados a ser cristãos."

Ele estranhamente fala em leis e justiça. A merda é que tudo isso tem sido feito e influenciado por grupos de conservadores e de fundamentalistas cristãos. Então não fode, Mankey.

Essa sua paganice está fedendo.
Usar a Bíblia mostrando suas contradições, erros, interpolações e fraudes elimina toda a pretensão do discurso baseado na Bíblia. Ou seja, acaba com o argumento e elimina qualquer poder que seja alegado a partir da Bíblia.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Fora de sintonia

Depois de alguns dias que eu apreciei no YouTube (eu não estou ganhando um centavo com isso) as músicas do The Jesus and Mary Chain (Glascow Eyes) a revista Fórum pública um texto de Francisco Fernandes Ladeira.

O título, por si mesmo, gera controvérsia e polêmica.

"O rock é de direita?"

Opiniões conflitantes, algumas evidências.

O rock surgiu do blues, música feita por afro-americanos. Os verdadeiros reis do rock são Chuck Berry e Little Richard.
Elvis foi (auto)proclamado como rei do rock como parte do merchandising. Sim, meninos, o rock é um produto cultural que surgiu e cresceu dentro do capitalismo, então o sistema apenas assimilou e promoveu (promove) o rock como um tipo de válvula de escape. As boy/girls band estão aí para comprovar meu vaticínio.

Francisco comete um erro primário ao definir que o anarquismo não é de esquerda.

Então os integrantes de bandas de rock faziam música não por convicções, mas para ganhar dinheiro.
Sim, roqueiros são, na melhor das hipóteses (geralmente), filhos de pequenos burgueses. Quando surgem, geralmente na adolescência ou início da fase adulta, seguem a cartilha. Rock tem como público alvo adolescentes, então é necessário parecer que se está contestando o sistema.
Mas a idade vem, os roqueiros envelhecem. Pega mal um quarentão fazer música de contestação. Ganharam muito dinheiro, então vão fazer de tudo para manter seus privilégios sociais.

O público também cresceu e envelheceu. Pode-se dizer que é corporativismo ou saudosismo. Talvez seja influência das redes sociais ou da falta de educação. O público está tendendo cada vez mais à direita. Casamento perfeito. Os roqueiros que antes falavam em questões sociais agora não receiam defender a direita, seja a extrema ou a alternativa. Tudo farinha do mesmo saco. Que vive do rancor dessas mesma classe média, pequeno burguesa que produz rock.

Poucas, raras, são as exceções. Existem, graças aos Deuses.