quinta-feira, 15 de maio de 2008

Constantino, o amigo e predileto de Deus

Constantino o grande Constantino, o imperador romano, dando fim as perseguições, foi o primeiro estadista da Antigüidade a estabelecer um acordo de convivência com a Igreja Cristã. Em troca, foi contemplado com uma teoria de poder que legitimava sua autoridade sobre a cristandade inteira, estabelecendo-se desta maneira um modus vivendi entre o Estado e a Igreja que estendeu-se até os nossos dias.

A conversão do imperador
Para celebrar o 30º ano do reinado de Constantino o Grande, em 335, encarregou-se para o ato, em nome da Igreja, ninguém menos do que Eusébio, o bispo de Cesaréia. Os cristãos estavam em estado de graça perante o imperador.
Depois de terem sido por três séculos perseguidos, eis que surgiu, em meio aos antigos opressores, um iluminado. Constantino convertido à nova religião, reconhecera-a em 313. Mal pôs o lacre no Édito de Milão, a pesada mão de Roma deixou de abater-se sobre os seguidores de Jesus. Dera-se um milagre. As igrejas se abriram, velhos templos pagãos foram reformados, e a vida clandestina e martirizada dos evangelistas e dos seguidores de Cristo cessou como que por encanto.
A conversão da dinastia romana fora tão sincera que a imperatriz-mãe Helena, a Santa Helena, e suas filhas, pessoalmente, em histórica viagem à Terra Santa, cuidaram da restauração do Santo Sepulcro em Jerusalém. A ocasião do aniversário era tão magnífica que Eusébio decidiu-se apresentar na cerimônia uma teologia política para fixar qual o papel do imperador no universo do Cristianismo oficializado.
“É um novo Moisés!”, assegurou Eusébio à corte presente.
Constantino, tal o patriarca judeu, salvara o monoteísmo das injurias do politeísmo. Assim, se o Reino do Céus é governado por um só Pai, o mundo terreno o é por César. Ele é o lugar-tenente de Deus de quem recebeu, pela intermediação de Cristo, a função de assegurar na terra “o plano de Deus para os homens”. Designando-o como “pastor, pacificador, mestre, médico das almas e pai”, Eusébio, em êxtase, chamou-o de “amigo e predileto de Deus".[educaterra][link indisponível]

A História não é um processo linear, todos os eventos históricos tiveram causas e elementos que contribuíram direta ou indiretamente. Assim, o reconhecimento do Cristianismo como uma das religiões oficiais do Império Romano por Constantino não foi um ato isolado nem um milagre sobrenatural, mas a consolidação de fatos. Na época de Constantino, o Império Romano estava em grave crise financeira e militar. Constantino, sabendo que não tinha legitimidade, buscou apoio na Igreja Cristã e na forte organização desta, que permeava a nobreza aristocrática e a burocracia estatal. Após sua vitória e reconhecimento como César, não foi dificil inventar um mito para explicar sua conveniente conversão. Obtendo a unidade necessária, várias reformas ocorreram, que deram depois a oportunidade para o Cristianismo se consolidar como a única e legítima religião oficial do Império Romano com o imperador Teodósio.

Um comentário:

Unknown disse...

Inomináveis Saudações, Bruno.

Sem essa "aceitação" da crsitandade primitiva por Constantino, não existiria, atualmente, a conhecida Igreja Católica. Mas, haviam interesses por trás dessa oficialização, que ficam bem claros ao serem analisados os aspectos históricos fora da visão oficial que se passa. Sendo uma religião que se popularizava acima da oficial da época, o Império Romano a oficializou para não perder o domínio de parte da população; e, também, porque poderia lucrar, no sentido de poder, com o crescimento da nova crença.

Agradeço a visita em meu blog, eu respondi ao vosso comentário. Gostei deste vosso blog.

Saudações Inomináveis.