quinta-feira, 19 de março de 2009

Celebração de Outono em Itu

A entrada do Outono, assim como a da Primavera, permite um momento de equilíbrio, pois é quando ocorre o fenômeno chamado de equinócio. Nesta época, a noite e o dia têm a mesma duração, portanto é propícia à busca do equilíbrio da mente, corpo e alma, entrando em sintonia com os ciclos da natureza e suas mudanças. Pensando nesta oportunidade de celebração, a Delphoss traz novamente para Itu o grupo SemeiaDança – especializado em Danças Circulares e da Paz Universal. O evento ocorrerá no dia 21 de março, das 14h às 17h e celebrará a chegada do outono. “Manter a conexão com a natureza nos traz sabedoria. Celebremos o outono com todas as suas qualidades e particularidades!”, convida Valéria Monteiro, coordenadora do evento. “A consciência e sintonia com as estações do ano nos auxiliam perceber como estão as estações em nós, e como podemos afinar nossa resposta a elas; O compartilhar em grupo, de mãos dadas na Roda da Dança, cria o cálice sagrado para que o mais elevado em nós possa florescer, em qualquer estação”, explicam as focalizadoras do SemeiaDança, Vaneri, Arlenice e Mônica. O mesmo grupo SemeiaDança fará um encontro no dia seguinte em São Paulo, com Danças da Paz Universal (danças acompanhadas de cantos, homenageando diferentes tradições espirituais do Planeta.[Itu]

A primeira formação que o ser humano adotou no desenvolvimento da vida grupal e social foi a roda. Culturas antigas e culturas ligadas à terra perceberam a especialidade da forma circular para o estar e fazer junto. Nela passaram a representar os ciclos da natureza: o ritmo das estações, o tempo dos cultivos (semeadura, crescimento, maturação e colheita); o pulsar dos movimentos do sol; da lua; das estrelas e dos planetas no céu; o ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos; a vida e a morte. Adotaram-na em seus rituais de passagem (nascimento, iniciação à maioridade, união matrimonial, morte), em celebrações, ocasiões de reverência, temor, louvor, gratidão e oração à terra e à(s) divindades(s).
O círculo é uma forma geométrica especial, por simbolizar a perfeição e a plenitude que o ser humano busca atingir. Na circunferência há “n” pontos que distam igualmente do ponto central. Todos os pontos – ou todas as pessoas que neles se encontram voltadas para o centro – têm a visão de todos os demais da roda e todos são igualmente importantes na composição final que é o círculo. Este contém o vazio, que ao mesmo tempo em que garante a distância entre as pessoas, é o vazio através do qual elas estão unidas e de onde pode emergir a criação feita por todos.
Apenas compor a circunferência da roda já constitui uma criação, num espaço diferenciado e, possivelmente, sagrado. O círculo representa a aspiração humana a essa paz completa. Estar em unidade, ser um e inteiro consigo e com o criador, estar no divino, em Deus.
Religião e ciência nos falam da separação do homem do seu estado de unidade, seja através da queda do paraíso, seja ao nascer, por ocasião da saída do aconchegante útero materno nutridor e todo poderoso. O homem trilha sua vida aspirando retornar ao estado de plenitude total. Uns se apoiam na religião para se re-ligar, outros esperam que o parceiro lhes traga este aconchego e suprimento através do amor, do ato sexual, ou de ambos; há os que se utilizam das drogas, outros que ficam em ação e trabalho compulsivo para nunca sentir o estado de falta.
Muitos vivem a combinação de vários recursos para acreditar que são plenos, ou chegar o mais próximo deste estado. Deseja-se estar num tempo/espaço/vivência com a unidade permanente. Por sua vez as Danças Circulares também brotam dessa aspiração humana de sair da separatividade e da falta e unir Céu ( inspirador, mágico, espiritual, divino) e Terra ( humano, material, terreno) em seu ser, no seu centro, em seu coração, de forma prática e palpável, dançando.
As Danças Circulares resgatam a inspiração do homem primitivo em sentir a energia criadora da vida dentro de si, deixando brotar o movimento, ritmo, som, música, dança, e fazê-lo em círculo, em interação com os outros membros da tribo; ao mesmo tempo dão continuidade a um fio que jamais cessou de existir na história da humanidade: dançar e interagir grupalmente.
Uma forma de resgate, continuidade e criação desse tipo de vivência teve início por volta da década de 60, por via de duas iniciativas em continentes distintos, dando origem, por um lado, ao que se passou a chamar Danças Circulares Sagradas e, por outro, Danças da Paz Universal.[Semeiadança][link morto]

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