sábado, 16 de maio de 2009

Entrevista com a Grande Meretriz

Como se não bastasse a história ou mesmo uma análise textual da gibíblia [copyright dos ateus] mostrar que o Cristianismo é misógino, tem algo mais agressivo e ofensivo do que inventar uma personagem mulher como a Grande Meretriz do Apocalipse? Assim como para o Cristianismo é fundamental a figura do Adversário, é fundamental a figura da Grande Meretriz para justificar suas doutrinas quanto ao pecado, ao corpo, ao sexo, na figura de uma mulher que, na lógica do (es)clero(sado), é uma meretriz.
Todo esse medo de mulher, de sexo e das coisas carnais vem desde sua raiz Judaica que nunca aceitou a existencia de hierodulos ou mesmo de ritos sagrados que envolvessem sexo. Para fazer justiça a persognagem tão injustiçada, este pagão resolve marcar uma entrevista, o que me é concedido sem reservas.

Eu: Bom dia, ahnnn, como devo chamá-la?

GM: Chame-me do que quiser, gato.

Eu: Dona Meretriz, quem é a senhora afinal?

GM: Dona? Deixe de formalismo. Senhora? Eu não sou casada. Eu sou muitas mulheres e nenhuma. Eu sou uma personagem criada por interesses comerciais.

Eu: E qual seriam esses interesses comerciais? Por parte de quem?

GM: Obvio, gato. Interesse em aumentar os clientes, por parte da instituição que me criou, a Igreja.

Eu: Mas por que, para quê?

GM: Ah, querido, coisas de menino imaturo. Não gosta de meninas e odeia tudo que se refira a meninas. Eles acham que ao me criarem iriam deixar a humanidade com mais nojo do sexo, do corpo, do prazer.

Eu: Mas por que te criaram como sendo mulher?

GM: O que você acha, fofo? No ocidente cristão a palavra feminino vem de fe-minus, menos fé. A mulher sempre foi considerada mais fraca, mais suscetível às tentações do Diabo.

Eu: Mas e quanto à você? Você concorda com isso?

GM: Oh, gato, desde que me deem atenção, grana e fama, pouco me importa o que pensam de mim ou do meu serviço.

Eu: Não pensou em sair da atual empresa e procurar emprego em outra?

GM: Ah, sim...tem algumas empresas que me procuram com ofertas interessantes, mas no fim eu sou apenas usada para os interesses de outros meninos.

Eu: Você não gosta de ser usada?

GM: [olhando com sensualidade] Depende... tem algo em mente? Eu não sou ruim, apenas fui criada assim. [copyright Jessica Rabbit]

Eu: O que você gostaria de ser ou fazer? Meninas não te procuram?

GM: Ah, procuram e eu fico confusa pois vejo nelas o desejo de ser meninos ou se comportarem como meninos... algumas me desejam como meninos. Eu gosto de ser mulher e o que eu gosto de fazer... bem... [insinuando]

Eu: Então a Igreja não fala por você quando te usa ou oprime a sexualidade, a sensualidade, o prazer?

GM: Nein! Not! Niet! Non! Não! Eu apenas permito que eles tenham outra forma de prazer ao me usarem da forma que querem. Eles tem prazer ao privarem os outros do prazer.

Eu: Mas essa não é a única forma de prazer, dentro e fora da Igreja...

GM: Graças a sei-lá-quem que não! Mesmo na Igreja existe formas de prazer que não são autorizadas pela doutrina da Igreja. E eu fico muito feliz que mesmo entre os seguidores da Igreja existe uma flexibilidade espantosa. Fora da Igreja, então... huuummm... profanos... [lança um olhar sedutor]

Eu: Acha que isso algum dia pode mudar ou modificar essas pessoas ou mesmo a Igreja?

GM: Quem sabe? As pessoas são livres, certo? Não optar é uma opção. Meu papel é atiçar.

Eu: Mas e quanto a você, seus sonhos, seus projetos e seus objetivos?

GM: Mmmm... isso está começando a me excitar... gato, eu não pensei muito nisso. Eu fui criada para um propósito, muito embora não concorde com ele, vou continuar assim enquanto for divertido. Talvez quando eu pensar em ter sonhos, projetos e objetivos eu venha a incluir uma promoção ou uma redenção da minha personagem. Quem sabe até a inclusão da sensualidade e da sexualidade na Igreja.

Eu: Isso existe no Paganismo...

GM: Ah! Enfim! Chegamos a algum lugar! Sim, eu sou mulher, em toda a plenitude, com corpo, desejo, sensualidade e sexualidade femininas transbordando... [abre os botões do vestido]

Eu: Não acha que você deveria trabalhar para o Paganismo? [tiro as calças]

GM: Depende gato [olhando meu dote com gula] se for esse o pagamento, eu aceito.

Eu: Devo avisar que nem todo pagão superou os tabus, proibições e dogmas sociais ou cristãos. [aliso seu corpo e me posto]

GM: [gemendo] Ah, gato, eles que resolvam seus problemas. Agora chega de papo! Trabalhe!

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