segunda-feira, 25 de maio de 2009

Roma, sexo, família

Na família romana, o sexo era plenamente suprido. A existência de escravos na casa naturalmente significava que o sexo era acessível.
A sexualidade romana nos tempos pagãos é difícil de ser compreendida pela sociedade ocidental e seus valores fortemente influenciados pelo cristianismo.
Para um/a romano/a o sexo não criava qualquer laço entre duas pessoas, não criava qualquer obrigação de um com outro. Não haviam razões de não ter muitos parceiros sexuais - desde que não trouxesse problemas. O peculiar é que compartilhar uma refeição criava uma relação social com uma pessoa, mas ter relações sexuais não.
O casamento era um contrato entre um homem e uma mulher, mas não exigia que eles se amassem. Os romanos viam o casamento como uma instituição trazido pela civilização, então o sexo não tem qualquer ligação com civilidade, mas muito ao contrário, era aonde o instinto animal ainda residia no homem e se manifestava. Não havia absolutamente vergonha nos atos sexuais e mesmo assim era visto como indecente tratar disso como qualquer outra coisa senão um assunto privado.
A lei não considerava o sexo com escravos como adultério. Sexo com um/a liberto/a apenas era adultério se não fosse por dinheiro, então sexo com prostitutas não era adultério. Entretanto, sexo com um/a liberto/a era um crime, stuprum [estupro]. Então enquanto uma pessoa não cometesse stuprum, tudo era permitido. Não haviam limites de idade ou de gênero.
Os escravos não estavam apenas ligados pela posse, mas pela lealdade [fides] a um senhor em particular [pater familia]. Então a rejeição aos avanços dele podia ser visto mais do que desobediência, mas traição de alguma forma. Se ele se restringia em forçar o escravo a obedecê-lo, então não era necessariamente desrespeitoso ao escravo compartilhar da humanidade, mas poderia muito bem ter sido devido ao seu próprio desejo de se restringir. Auto controle e restrição, disciplina interna era uma virtude observada por todos os romanos. Ser capaz de frear seus desejos e mostrar poder interior tanto para si mesmo quanto para seus escravos teria sem duvida feito muitos um mestre ao não abusar de seus poderes ao extremo.
O fato que a família vivia sob o mesmo teto com escravos, que dividiam a cama com membros da família, podia levar a algumas confusões sobre a relação entre escravos e senhores. Pois as crianças dos escravos podiam ser muito bem meios/as irmãos/ãs das crianças da família. Em tal situação existia a possibilidade do incesto. Embora não era visto assim, pois era apenas incesto quando envolvia membros de sua família oficial. Se o senhor da casa estava dormindo com a filha de uma escrava que foi sua amante, isto não era visto como incesto, a despeito da possibilidade de que essa garota poderia ser sua filha. E se não for o senhor, quem poderia dizer que seu filho não poderia ter dividido a cama com a garota, que poderia ser da mesma idade que ele. Se biologicamente eles poderiam ser meio-irmão e meia-irmã, a lei não via nada de errado nisso. Por causa de toda confusão e segredo sobre o sexo em casa, eles poderiam muito bem não saber de seu parentesco.

Fonte: History of Roman Empire [link morto]
PS: Nesse sentido, este pagão que vos escreve é totalmente a favor da família tradicional...à romana! }|D

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