sábado, 31 de julho de 2010

Magia "Vermelha"

A Magia Sexual é a prática ritualística desenvolvida através das energias canalizadas do corpo físico, da mente e do espírito humano. O ato de criar outras vidas através de relações sexuais e instituir uma força, ou um vínculo energético entre as pessoas envolvidas, é visto como místico e sagrado.
Como outras modalidades de Magia, a Magia Sexual também é um recurso usado como fonte do poder que fortalece as cerimônias ritualísticas e para obter o auto-conhecimento através da exploração do próprio corpo, psique e alma. A Magia Sexual é uma das faces mais importantes da Magia moderna.
Utilizada tanto nas escolas ocidentais como nas orientais, sua origem nos remete às práticas das crenças pré-cristãs, sendo que os primeiros registros datam de 3000 a.C.. A Antiga Religião da Europa baseava-se em ritos de fertilidade para assegurar a proliferação de animais, plantas e humanos. O conceito pagão da atividade sexual era saudável e natural. Era a mais poderosa energia que os humanos podiam experimentar através dos próprios sentidos, com a manifestação afetiva de um indivíduo ou simplesmente a ação de compartilhar prazer e desejo carnal com outra pessoa. Assim, mulheres consagradas serviam aos deuses em templos, o homossexualismo e o heterossexualismo eram apenas definições das preferências sexuais, etc.
Existem dois canais de energia no corpo humano que estão associados ao sistema nervoso central e à medula espinhal, conhecidos no Ocidente como Lunar e Solar ou Feminina e Masculina (receptiva/negativa e ativa/positiva). Geralmente, entre os não-praticantes da Magia Sexual, apenas uma das correntes de energia está aberta e fluindo. Entre as mulheres, apenas a corrente lunar flui desimpedida. Entre os homens, apenas o canal solar está realmente livre. No caso dos homossexuais, essa situação está invertida. Em todas as situações, este fato causa um desequilíbrio e influencia negativamente várias esferas da vida humana.
Portanto, segundo este raciocínio, o estado sexual natural é a bissexualidade, em que ambas as correntes fluem juntas em harmonia. A alma que habita o corpo físico não é masculina nem feminina. Desse modo, o sexo é meramente uma circunstância física. O fluxo harmonioso das correntes no corpo é simbolizado pelo antigo símbolo do Caduceu.
Apesar de (teoricamente) compor vários sistemas mágicos, atualmente, a maioria das tradições não incorpora a Magia Sexual em suas atividades. Isto se deve a opção pessoal dos praticantes (inibição e preocupações com as doenças sexualmente transmissíveis) e a pressão social de uma cultura judaico-cristã, onde o sexo é visto como algo pecaminoso e polêmico. Deste modo, nos ritos sexuais modernos, são usadas representações simbólicas dos antigos elementos da fertilidade, sejam objetos que representem os genitais ou apenas uma dança ou encenação erótica.
Sagrado Feminino
Nas antigas crenças pagãs, os pólos femininos da criação eram reverenciados como sagrados e a mulher era vista como o principal canal gerador de vida. A Deusa era a divindade principal, responsável pela criação de todas as formas viventes. Dessa forma, os ritos que envolviam Magia Sexual, utilizavam-se de mulheres e do sangue menstrual como elementos principais do Altar Cerimonial.
O altar sagrado é formado por uma mulher que se deita de costas, nua, com as pernas dobradas e afastadas (de forma que os calcanhares toquem as nádegas). Um cálice é colocado diretamente sobre seu umbigo, ligando-o ao cordão umbilical etéreo da Deusa, a qual é invocada em seu corpo.
Fluidos Mágicos
Os fluidos produzidos no corpo humano de forma natural ou através da estimulação sexual, também são utilizados nas cerimônias herdadas dos povos antigos que envolvem a Magia Sexual, e são empregados para um determinado objetivo.
O vinho ritual continha três gotas do sangue menstrual da Suma Sacerdotisa do clã, que unia magicamente os celebrantes nesta vida e nas próximas encarnações. Os caçadores e guerreiros eram ungidos com pinturas ritualísticas que continham sangue menstrual. Acreditava-se que ao unir o sangue de duas pessoas, criava-se um vínculo entre ambas. Ungir os mortos com o sangue era uma forma de assegurar o retorno à vida. O sêmen era considerado energia canalizada que vitaliza o praticante que o recebe. Ainda, o estímulo dos mamilos faz com que a glândula pituitária secrete um hormônio que ativa as contrações uterinas. Isso ativa o fluxo de certos fluidos através do canal vaginal.
Criança Mágica
A criança mágica é um termo utilizado na Magia Sexual ocidental para designar uma imagem no momento do orgasmo. Neste caso, a energia sexual não é liberada como no ato sexual tradicional, mas inibida por períodos prolongados e canalizada através da mente para que se manifeste numa forma de pensamento mágico, formando uma imagem astral durante o orgasmo.
Para esta atividade, é necessário que o praticante tenha desenvolvido a arte da concentração/visualização e um controle firme sobre a própria força de vontade pessoal, de forma que no momento do orgasmo, não haja nada mais na mente que a imagem que deseja ver criada. Se estiver incompleta ou difusa, é possível que interferências negativas se manifestem e passem a consumir a energia sexual do praticante. Este conceito é uma das bases na crença dos Sucubus.
Se a "Magia Branca" e a "Magia Negra" se definem com relativa unanimidade, já quanto à "Magia Vermelha" existem diversos conceitos e definições.
Para alguns, a magia vermelha é magia realizada através de meios sexuais e com fins eróticos, ou seja: a carnalidade é um instrumento usado em rituais místicos com a finalidade de invocar entidades e forças espirituais relacionadas com a fertilidade e a sexualidade.
A conjuração desse tipo de espíritos ou forças, é normalmente realizada com objectivos amorosos, em trabalhos que se destinam a despertar em certa pessoa paixão, a abrir essa pessoa aos avanços de quem encomenda o trabalho, a despertar-lhe desejo sexual, etc.
Essas teses afirmam que a magia vermelha usa a sexualidade como fonte de alimento e atracção de espíritos demoníacos da luxúria, que assim alimentados com essências que lhes são agradáveis e que advêm da carnalidade, aceitam os serviços que lhes são encomendados.
Neste tipo de definição, defende-se que a magia vermelha é uma extensão da magia negra, aplicada a fins eróticos.
Há quem afirme tambem que a magia vermelha esta também associada á proposta ritualista do "Caminho da Mão Esquerda", que afirma que o êxtase carnal é uma porta aberta para acedermos ás esferas espirituais, e assim contactarmos com as mesmas para diversos fins, que vão do aperfeiçoamento espiritual , á produção de certos efeitos neste nosso mundo físico.
Autora: Ankakilla Yuraq, na Sociedade Wicca.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Brasil, cafetão internacional

Um programa da BBC mostrou que crianças jovens estão suprindo uma crescente demanda de turistas estrangeiros que viajam ao Brasil atrás de sexo e acompanhou as tentativas de controlar o problema.
O programa Our World: Brazil's Child Prostitutes ("Nosso Mundo: As Crianças Prostitutas do Brasil", em tradução livre), vai ao ar no canal de TV internacional de notícias da BBC, BBC World, neste fim de semana.
A cada semana, operadores de turismo despejam nas cidades brasileiras milhares de homens europeus que chegam em voos fretados especialmente ao Nordeste em busca de sexo barato, incentivando assim a prostituição.
O problema, que foi constatado pela BBC em Recife, já estaria levando o Brasil a alcançar a Tailândia como o principal destino mundial do turismo sexual.
De acordo com o repórter Chris Rogers, responsável pela reportagem, apesar das garantias de uma ação policial, nas ruas da capital pernambucana parece haver poucos indícios de que a prostituição infantil está desaparecendo.
Corpo frágil
Uma menina vestida com um pequeno biquíni expõe seu corpo frágil. Ela não parece ter mais do que 13 anos, mas é uma das dezenas de garotas andando pelas ruas à procura de clientes debaixo do sol da tarde.
A maioria vem das favelas da região. Ao parar o carro, a reportagem da BBC é recebida com uma dança provocante da menina, para chamar a atenção.
"Oi, meu nome é C. Você quer fazer um programa?", ela pergunta. C. pede menos de R$ 10 por seus serviços. Uma mulher mais velha chega perto e se apresenta como mãe da menina.
"Você pode escolher outras duas meninas, da mesma idade da minha filha, pelo mesmo preço", ela diz. "Eu posso levar você a um motel local onde um quarto pode ser alugado por hora."
Quando a noite cai, em uma área com bares e bordéis da cidade, o playground sexual de Recife ganha vida.
Prostitutas se divertem com turistas, dançando e procurando por clientes em potencial. Muitas delas parecem muito menos do que 18 anos de idade.
Motoristas de táxi trabalham com as garotas que são jovens demais para entrar nos bares. Um deles me oferece duas pelo preço de uma e uma carona para um motel local.
"Elas são menores de idade, então são muito mais baratas que as mais velhas", explica ele ao me apresentar S. e M.
Nenhuma delas faz nenhum esforço para esconder sua idade. Uma delas leva consigo uma bolsa da Barbie, e as duas se dão as mãos com um olhar que parece aterrorizado diante da perspectiva de um potencial cliente.
Crack
A zona da prostituição no Recife está cheia de carros circulando em baixa velocidade ao lado dos grupos de garotas exibindo seus corpos.
Uma delas, P., está vestida com um top cor-de-rosa e uma minissaia. A menina de 13 anos concorda em falar comigo sobre sua vida como prostituta. Ela conta que trabalha na mesma esquina todas as noites até o amanhecer para financiar o vício dela e da mãe em crack.
"Normalmente eu tenho mais de dez clientes por noite", ela se vangloria. "Eles pagam R$ 10 cada - o suficiente para uma pedra de crack", diz.
Por segurança, P. trabalha com um grupo de meninas mais velhas que atuam como cafetinas, tomando conta do dinheiro e cuidando das mais novas.
"Há muitas meninas trabalhando por aqui. Eu não sou a mais nova. Minha irmã tem 12 anos e tem uma menina de 11", conta.
Mas P. está preocupada com sua irmã. "Eu não vejo a B. há dois dias, desde que ela saiu com um estrangeiro", diz.
P. diz ter começado a trabalhar como prostituta com sete anos. A Unicef estima que há 250 mil crianças prostituídas como ela no Brasil.
"Estou fazendo isso há tanto tempo que nem penso mais nos perigos", ela afirma. "Os estrangeiros vivem aparecendo por aqui. Eu já saí com um monte deles", conta.
Apenas algumas quadras dali a calçada está tomada por travestis procurando clientes. Entre eles está R., de 14 anos, e I., de 12.
Os primos parecem convincentes como meninas com seus saltos altos, minissaias, blusas e maquiagem pesada.
"Precisamos ganhar dinheiro para comprar comida para nossas famílias", explica R. ajeitando seu longo cabelo.
"Nossos pais não se preocupam muito com a gente. Dizemos a eles quando estamos saindo e quando chegamos. E então damos a eles o dinheiro para comprar comida. Eles sabem como conseguimos o dinheiro, mas nós não discutimos isso", diz.
Fortaleza
Antes, a maioria dos turistas sexuais costumava ir a Fortaleza. Mas não mais - no último ano, a capital do Estado do Ceará vem mandando uma clara mensagem aos turistas sexuais de que eles não são bem-vindos.
Todas as semanas, dezenas de carros com policiais federais armados com metralhadoras AK-47 patrulham as ruas das zonas de prostituição, vasculhando os motéis e bordéis, prendendo clientes e cafetões e levando meninas menores de idade para abrigos.
Eline Marques, coordenadora da Secretaria Especial de Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos, afirma que as blitze estão tendo um resultado.
"Já fechamos muitos estabelecimentos em Fortaleza. Ruas inteiras estão agora livres da prostituição. Meu objetivo é intensificar essas ações antes da Copa do Mundo, tendo com alvo o próprio turismo que fomenta a prostituição infantil", diz ela.
Outros Estados indicaram que estão acompanhando a campanha de Marques e que, se ela tiver sucesso, poderão seguir ações semelhantes.
Mas, para cada estabelecimento sexual que é fechado, para cada turista sexual preso, há também vítimas. Muitas são levadas para abrigos de instituições de caridade.
Recuperação
O Centro de Recuperação Rosa de Saron, perto do Recife, está operando com sua capacidade máxima, porque as meninas não podem ser devolvidas para casa, por causa da pobreza que as levou à prostituição. Elas chegam lá vindas de todo o Brasil.
M., de 12 anos, quer viver com a mãe, mas não pode porque seu cafetão, que a forçou a trabalhar nas ruas e em bordéis, ameaçou matá-la se ela tentasse escapar.
Ela diz que ainda teme por sua vida.
"Não tive opção a não ser fazer o que ele mandava. Eu senti que estava perdendo minha infância, porque eu tinha só 9 anos de idade", diz ela. "Eu tinha medo. Às vezes eu voltava sem dinheiro e ele me batia", conta.
Jane Sueli Silva, que fundou o centro, diz que a maioria das garotas tem entre 12 e 14 anos quando chegam. Algumas delas chegam grávidas.
"Muitas delas chegam aqui com problemas sérios, como câncer de colo de útero", diz. "Como o câncer normalmente está só no estágio inicial, podemos ajudá-las, e graças a Deus que a cura é normalmente bem-sucedida."
Uma outra ONG, a britânica Happy Child International, planeja construir mais centros para abrigar o crescente número de crianças prostituídas.
Mas crianças como P. ainda estão desamparadas.
Sua casa é um pequeno barraco que ela divide com sua mãe, dois irmãos e a irmã B., de 12 anos. Dentro, apenas dois sofás que são usados como camas e um balde plástico usado para lavar roupas e pratos.
Quando perguntada sobre se a prostituição das filhas a magoava, a mãe delas pareceu mais preocupada com dinheiro. "Se elas conseguem dinheiro, não trazem para cara. Não, elas não trazem dinheiro nenhum para casa", disse.
P., por sua vez, diz que espera um dia sair da prostituição.
"Todo dia eu peço a Deus que me tire dessa vida. Às vezes eu paro, mas depois volto para as ruas para procurar homens. A droga faz mal, a droga é minha fraqueza, e os clientes estão sempre a fim de pagar."
Fonte: G1

Parada do Orgulho Burro

Jerusalém, 28 jul (EFE).- O vice-prefeito de Jerusalém, Yitzhak Pindrus, pediu autorização policial para organizar uma manifestação de burros na cidade no mesmo dia da parada do orgulho gay, pois, em sua opinião, tanto gays quanto burros são "animalizados".
Pindrus, de linha judaica ultraortodoxa pretende levar dezenas de burros às ruas na próxima quinta-feira, enquanto a comunidade lésbica, gay e transexual marcha rumo ao Parlamento em um desfile que provoca todo ano forte rejeição nos setores religiosos e conservadores da cidade santa, informa o serviço de notícias israelense "Ynet".
A manifestação de burros é a forma como Pindrus pretende protestar contra a autorização para a celebração em Jerusalém do desfile do orgulho gay.
"Os burros também estão orgulhosos de ser burros e querem ter seu desfile", declarou o vice-prefeito, que considera a homossexualidade "um ato de animais".
A Prefeitura de Jerusalém ressaltou que se trata de uma iniciativa privada, e que não representa a opinião da instituição.
Por enquanto, a Polícia não respondeu ao pedido de Pindrus, que advertiu que irá até a Corte Suprema para conseguir que sua manifestação seja autorizada.
Cerca de 1,5 mil policiais vigiarão as ruas da cidade na semana que vem para garantir que a parada do orgulho gay transcorra sem incidentes.
São esperadas cerca de 3 mil pessoas para o evento, que será seguido por uma concentração em frente à sede do Parlamento israelense.
Fonte: G1
Nota da casa: Animal é o asno que organizou o desfile.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Instrumentos e ideologias

Os acólitos da Igreja defendem as posturas, as idéias e as doutrinas dela, mesmo quando algo apenas resvala em alguns de seus dogmas e doutrinas.
Aqui eu noticiei sobre a polêmica causada pela Playboy Portugal por ter feito um ensaio de mulheres nuas ao lado de uma figura semelhante a Cristo. Isto foi suficiente para causar uma reação da Igreja e seu rebanho contra o que dizem ser um desrespeito à Igreja e à crença Cristã. Apesar de considerarem o corpo o templo do Espirito Santo. E não há Cristo que os faça enfrentar seus medos, inseguranças, recalques e frustrações quando o assunto é sexo, prazer, desejo. Para este blog e seu autor, a nudez, especialmente a feminina, deveria ser considerara arte sacra. Se há alguém que pode se indignar contra esta e outras ditas revistas "adultas" são as mulheres, pela forma como são tratadas.
Eis que em minhas pesquisas pela internet eu me deparei com a publicação em blogs católicos de imagens coletadas do Grantham Collection, uma página/instituto pró-vida. As imagens querem convencer pela repugnância à violência, ou pode ser um apelo emocional tentado evocar a simpatia das pessoas aos fetos (não são bebês, nem são pessoas). As imagens são de instrumentos cirúrgicos que, segundo os autores, são usados em abortos. Instrumentos cirúrgicos são muito assustadores, para qualquer um, em muitos outras dependências médicas e cirúrgicas. Mas eu não vi até hoje alguma página/instituto divulgando os "instrumentos de tortura" das clínicas de cirurgia plástica. Não há mais argumentos técnicos ou científicos. Não há mais discussões sobre ética ou moral. A estratégia simplesmente se resumiu em terror psicológico. Uma estratégia bem semelhante utilizada por vegans, mas isso é outro assunto.
Não se enganem com estas estratégias desonestas, a Igreja não faz esta campanha em prol dos "direitos" desses "bebês inocentes" (um feto não é um bebê, nem é uma pessoa), mas para manter seu poder e influência na sociedade. A Igreja se coloca como defensora do casamento, da família, da vida e dos valores sociais, não porque esta é bondosa, mas por razões corporativas. Seja pela história ou por notícias recentes, a Igreja tem demonstrado que não observa os próprios conselhos que emite aos seus devotos. A guisa de comparação, foi a Igreja que, durante a Idade Média, promoveu, estimulou ou utilizou dos mais diversos instrumentos - deliberadamente construídos para inflingir o máximo de dor - contra os acusados de heresia e prática de bruxaria. Apelação por apelação, se o uso de um instrumento mata ou causa dor a um inocente e quem o usa é criminoso, a Igreja é a maior criminosa. Portanto nem a Igreja nem os Católicos têm autorização alguma para utilizar desse terrorismo psicológico para forçar a opinião pública a seu favor. A questão do aborto continua sendo uma questão médica.

domingo, 25 de julho de 2010

A Fonte da Vida

Nem a sociedade humana, nem a história humana podem ser compreendidas sem se levar em conta os modos diferentes como uma sociedade usa a dor e o prazer para motivar o comportamento humano. [11]
A visão de que o sexo tem uma dimensão espiritual é tão estranha a tudo que aprendemos que deixa quase todo mundo completamente confuso.[17]
Nossos ancestrais do paleolítico e do começo do neolítico imaginavam o corpo da mulher como um receptáculo mágico. Devem ter observado como sangra de acordo com a lua e como miraculosamente produz gente. Também devem ter se maravilhado com o fato de ele prover alimento, produzindo leite. Acrescente a isso o poder aparentemente mágico de fazer com que o órgão sexual masculino se erga e a capacidade extraordinária do corpo da mulher para o prazer sexual – tanto para experimentá-lo quanto para oferecê-lo – e não é de admirar que o poder sexual da mulher tenha infundido tanto respeito em nossos ancestrais.
Nem é de admirar eu a genitália masculina, junto com o touro e outros animais de chifres e cascos, símbolos da potência masculina, deva ter sido contemplada com reverência e admiração. Ou que a união sexual entre a mulher e o homem, a fonte da vida, amor e prazer, tenha sido, para nossos ancestrais um tema mítico-religioso importante.[39-40]
A condenação moral da sexualidade foi muito mais do que um desequilíbrio psicológico. Foi parte integrante da estratégia altamente política da Igreja para impor e manter o controle sobre o povo que se recordava vagamente de tradições religiosas muito antigas e ainda se apegavam a elas. Se a Igreja queria consolidar seu poder e se firmar como a única e exclusiva fé, a persistência de mitos e rituais de um sistema religioso antigo e arraigado – no qual a Deusa e seu filho ou consorte divino eram adorados, mulheres eram sacerdotisas e a união sexual entre homens e mulheres possuía uma marcante dimensão espiritual – não podia ser tolerada.[46]
Em geral pensamos os rituais como associados à religião. Mas de uma perspectiva antropológica, os rituais são comportamentos formais que transmitem significados simbólicos geralmente compreendidos. Como os rituais são freqüentemente associados a situações altamente carregadas de emoção, toda sociedade humana tem algum tipo de ritual associado ao nascimento, cópula e morte.[62]
Se analisarmos todo o escopo de nossa história planetária, parece haver nela um impulso de ensaio em relação a essas características que na linguagem da espiritualidade foram chamadas de mais evoluídas – características vigorosamente expressas no esforço humano em direção à beleza, verdade, justiça e amor.[68-69]
A sexualidade humana não é um estorvo e sim uma ajuda na busca humana de uma consciência superior de formas, cultural e socialmente, mais evoluídas e igualitárias de organização.[69]
Na verdade, é bastante possível que, em nossa pré-história, houvesse ritos eróticos sagrados em ocasiões religiosas importantes, como o retorno anual da primavera, no qual a união da fêmea com o macho era celebrada como uma epifania ou manifestação sagrada dos poderes misteriosos que concedem e mantém a vida.[78]
Para nossos ancestrais pré-históricos que consideravam o sexo parte integrante da ordem cósmica, os ritos eróticos deveriam ter significado muito diferente. Para eles, os ritos eróticos teriam sido rituais de alinhamento com os poderes femininos e masculinos, com o poder de conceber vida, com o cosmo. Para eles, compartilhar os prazeres do sexo não teria sido pecaminoso e sim uma maneira de se aproximar da Deusa.[79]
Nossos ancestrais exaltavam o sexo não apenas em relação ao nascimento e procriação, mas como a fonte misteriosa tanto do prazer quanto da vida. Os mitos e ritos eróticos pré-históricos não eram apenas expressões de alegria e gratidão pela dádiva da vida concedida pela Deusa, mas também expressões de alegria e gratidão pelas dádivas do amor e do prazer.[81]
Para nossos ancestrais a vida e o prazer pertenciam ao domínio do sagrado. Nossos ancestrais sacralizavam o prazer, particularmente o prazer físico mais intenso: o prazer do êxtase sexual.[82]
O reconhecimento do sexo e particularmente do poder sexual criativo da mulher, como central para os ciclos de nascimento, morte e regeneração também é um tema importante no período neolítico.
Aí encontramos figuras representando os poderes do universo de conceder e nutrir a vida. E a articulação dos princípios masculino e feminino.
O principio masculino é geralmente simbolizado por um animal de chifres. Vemos cena após cena da Deusa em combinação com chifres de touros ou pinturas de touros. Esses touros provavelmente retratavam o filho ou o consorte da Deusa como representantes da potência sexual masculina. O que encontramos é uma convenção artística que perfigura as imagens posteriores de um Deus Touro que era venerado nos tempos antigos.[85-86-editado]
Há indicações de que o casamento sagrado da deusa e o Deus Touro era celebrada toda primavera, como parte de um festival que talvez tenha sido a ocasião para ritos humanos de cópula.[110]
Nossas antigas imagens místicas refletiam uma visão de mundo em que a morte não era um evento isolado, nem um destino final no céu ou inferno. Mas sim parte de um mesmo ciclo: o ciclo do sexo, nascimento, morte e renascimento, no qual a Deusa regenerava o que lhe cabia conceder e no qual o sexo desempenhava um papel misterioso, mas central.
Nossos ancestrais ao perceberem que as mulheres só davam a luz depois de manterem relações sexuais concluíram que o renascimento da vida vegetal e animal [e o renascimento do sol] a cada primavera também era gerado através de algum tipo de união sexual. Desse modo, nossos ancestrais adaptavam ritos, através dos quais nós humanos também pudéssemos nos unir às forças misteriosas que governam o universo. Podia-se acreditar que através de ritos eróticos de alinhamento com o poder misterioso do sexo, nós humanos além de encontrarmos proteção e conforto na dor, tristeza e morte inevitáveis, aumentamos a chance, de geração a geração, de uma vida alegre e generosa.[168-editado]
O touro como símbolo da potência masculina remonta ao período paleolítico como, muito provavelmente, o mito da sagrada união do principio criativo feminino com um touro.[171]
O que vemos na arte minoana são cenas de jovens e donzelas dançando com touros, no que parece ter sido um ritual importante de habilidade atlética e devoção religiosa.[174]
Na perspectiva de uma ideologia de alinhamento com os poderes da natureza de conceder a vida e de ameaça de morte, as indefesas donzelas e jovens minoanos dançavam com esse animal poderoso, legendário por sua potência sexual e por sua potência destrutiva, seu significado seria simplesmente o que é literalmente: um ato de equilíbrio em que o amor dessas pessoas pela vida era simbolicamente preparado para a possibilidade, sempre presente, da morte.[174-editado]
A busca mística parece ser uma experiência exclusivamente humana. Assim também parece ser o estado místico ou extático que oferece aqueles que o experimentam uma sensação de paz interior indescritível, de beatitude e acesso aos poderes curativos, juntamente com a sensação de unidade ou unicidade, que os místicos ao longo do tempo chamaram de Amor Divino.
Há vários caminhos para o estado extático ou místico. As artes paleolítica, neolítica e minoana sugerem que bem no começo da cultura ocidental, a dança era usada para alcançar o transe místico. Desde os tempos antigos, as pessoas também usavam a meditação, os exercícios de respiração, os alucinógenos, o jejum e a privação do sono para induzir estados de consciência elevados ou alterados. Como vimos há uma forte evidencia de que o êxtase sexual foi um caminho importante para os estados místicos e extáticos.
A antiga percepção de que o sexo envolve o que hoje chamamos de estado alterado da consciência e de que a união sexual de mulher e homem pode ser um caminho para a beatitude e iluminação espiritual, ainda é evidente em várias tradições religiosas orientais.[190-editado]
O vinculo físico entre as mulheres e os filhos através do parto e entre as mulheres e os homens através do sexo eram percebidos como sagrados e não profanos. Pareciam ter percebido a sabedoria que jaz no cerne de nossas tradições religiosas e místicas mais enaltecidas que somente através da união, do amor, podemos realizar o nosso potencial mais elevado.[205]
A busca dos místicos dessa sabedoria perdida é a busca da reconexão, é a busca de uma maneira de se relacionar, de meios de remediar o que foi brutalmente separado: a conexão fundamental erótica e espiritual entre mulheres e homens.[205-editado]
Riane Eisler - O Prazer Sagrado - Editora Rocco

sábado, 24 de julho de 2010

Mostra de máscaras bolivianas

Começou neste sábado (17) a exposição ‘Máscaras – faces da alma boliviana’, que vai até 29 de agosto na Caixa Cultural São Paulo (Sé), com entrada franca. A mostra, itinerante e inédita, traz peças de significativo valor estético e de tradição milenar, pertencentes ao acervo do Museo Nacional de Etnografía y Folklore de La Paz (MUSEF), e que saem pela primeira vez do território boliviano.
A produtora executiva da exposição aqui no Brasil, Denise Carvalho, da AORI Produções Culturais, responsável por trazer a mostra para São Paulo, conta que teve contato com as máscaras quando esteve na Bolívia apresentando obras brasileiras: “nós visitamos o MUSEF e achamos lindo, eles tem máscaras com mais de 3.000 anos! Resolvemos trazê-las para o Brasil.”
No total, a AORI conseguiu trazer 47 peças para o Brasil. “São máscaras bem representativas da cultura indígena andina, algumas delas são utilizadas até hoje nas danças e rituais”, diz Denise, que comenta que, por lá, o processo de aculturamento dos índios foi bem menos intenso que aqui. A valorização da cultura nativa também é muito forte: a autorização para que os artefatos folclóricos saíssem da Bolívia, diz Denise, foi assinada pelo presidente Evo Morales em pessoa.
Denise conta que uma das máscaras, a ‘Dançante’, era usada por um casal de dançarinos até o momento de suas mortes: “eles se voluntariavam para serem sacrifícios humanos à deusa Pachamama, a terra mãe, eles dançavam por 3 ou 4 dias seguidos, sem parar, sem comer, até que morriam de cansaço.” Esse tipo de sacrifício foi proíbido na década de 50, mas a tradição da dança continou – de forma mais leve e sem perdas humanas, mas mantendo o uso do artefato típico.
Na exposição, as máscaras estão dispostas de acordo com a região de seu país à qual pertencem e há uma explicação sobre o significado de cada uma delas. Denise conta que a mostra tem “um forte audiovisual”: as peças, com um colorido marcante, estão em uma sala escura, com back lights e holofotes em baixo e em cima de cada máscara, “é muito cinematográfico, ficou bem diferente, é quase assustador”. Além das máscaras, há também vídeos das danças típicas em que elas são usadas dispostos pela sala.
Fonte: (Não) Apenas Divagações
Nota da casa: Eu fui visitar no dia 22 de Julho a Mostra de Máscaras Bolivianas, na Caixa Cultural. Uma visita que eu recomendo a todos. O hábito de usar máscaras em cerimônias religiosas contém um aspecto místico e religioso profundo. Mas o interessante é perceber que nós usamos máscaras em todo o nosso cotidiano.

Liturgia

Ouvi as palavras da Grande Mãe. Em meus altares os jovens da Lacedemonia em Esparta ofereciam o devido sacrifício. Onde quer que tenha necessidade de algo, uma vez ao mês e melhor que seja na lua cheia, reúnam-se em um lugar secreto e adore o meu espírito, a Rainha de todas as Bruxas e magias.
Haverá assembléias, aos que anseiam aprender toda bruxaria, mas ainda não desvendaram seus profundos segredos. A estes eu ensinarei coisas ainda desconhecidas. E serão livres da escravidão e como sinal que são verdadeiramente livres, estarão despidos em vossos ritos, o homem e a mulher e irão dançar, cantar, banquetear, farão música e amor, tudo em meu louvor.
Há uma porta secreta que eu fiz para estabelecer o caminho para experimentar mesmo na terra o elixir da imortalidade. Digam, "seja meu o êxtase e alegria na terra". Pois eu sou uma Deusa graciosa. Eu dou felicidade inimaginável na terra, certeza, não crença, em vida! E na morte, paz indescritível, descanso e êxtase, nem requero coisa alguma em sacrifício.
Ouçam as palavras da Deusa Estrela. Eu te amo, eu anseio por você, pálido ou púrpura, recatado ou voluptuoso. Eu que sou toda prazer e púrpura e embriagada no mais amplo sentido, te desejo. Ponha as asas, desperte o teu esplendor cacheado, venha a mim.
Pois eu sou a chama que queima no coração de todo homem e no cerne de toda estrela. Deixe que teu  mais intimo divino se perca no constante arrebatamento da alegria infinita. Que os rituais sejam corretamente celebrados com alegria e beleza. Lembrai-vos que todos os atos de amor e prazer são meus rituais. Então que haja beleza e força, risada saltitante, poder e fogo estejam convosco.
E se vos dizeis, ali eu perambulei e não me avaliaste, melhor que digas, ali eu clamei e esperei pacientemente e vi que tu estavas comigo desde o princípio, pois aos que me desejaram sempre irão me alcançar, mesmo no fim do desejo.
Invocai-me sob as minhas estrelas! Amor é a lei, amor sob vontade. Não deixe que os tolos confundam o amor, pois há amor e amor. Eis a pomba e a serpente. Eu dou inimagináveis alegrias na terra, certeza, não crença, em vida; na morte, paz indescritível, descanso, êxtase; nem requero coisa alguma em sacrifício.
Meu incenso é madeira resinosa e goma, não há sangue, pois as árvores da eternidade são meus cabelos.
Mas me amar é melhor que todas as coisas, se debaixo das estrelas noturnas no deserto queimares meu incenso, invocando-me com coração puro e o fogo da Serpente, poderás vir deitar em meu colo. Por um beijo, desejarás dar tudo, mas ao que der uma partícula de sujeira irá perder tudo nesta hora. Irás colher bens e estocar das mulheres e temperos, irás vestir ricas jóias, irá exceder as nações da terra em esplendor e orgulho, mas sempre em amor a mim e então poderá vir a meu regozijo. Eu te demando ansiosamente para vir a mim em um manto singular e coberto com um rico penteado. Eu te amo! Eu te anseio! Pálido ou púrpura, recatado ou voluptuoso, eu que sou todo prazer e púrpura e embriagado no mais amplo sentido, te desejo. Ponha as asas e desperte o teu esplendor cacheado: venha a mim!
Em todos meus encontros dirá a sacerdotisa - e os olhos dela irão queimar em desejo enquanto ela permanece despida e regozijando em meu templo secreto - a mim! a mim! Despertando a chama no coração de todos em seu cântico de amor.
Vejam! Os rituais dos tempos antigos são negros.
Eu sou a chama que queima no coração do homem e no cerne de toda estrela. Eu sou Vida e a doadora da Vida e ainda assim me conhecer é conhecer a morte.
Irão regozijar, nossos escolhidos, quem lamentar não é nosso. Beleza e força, risada saltitante e langor delicioso, poder e fogo, são nossos.
Compaixão é a voz dos reis, esta é a nossa lei e a alegria do mundo. Não pensai, meu rei, nesta mentira que irás morrer; verdadeiramente não morrerás, mas viverás. Quando souber disto, o que restará senão desfrute? E como viveremos enquanto isto? Isto é uma mentira - seja forte, homem! Deseje e aproveite todas as coisas do sentido e êxtase: não tema que Deus algum irá te negar por isto.
Nota da casa: Trechos coletados e traduzidos do texto de Roger Dearnaley, "The influence of Aleister Crowley on Wicca"

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A face da desigualdade

SAN JOSÉ, 22 Jul 2010 (AFP) -A forte desiguladade observada na América Latina e no Caribe afeta principalmente as mulheres, os indígenas e os afrodescendentes, segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado nesta quinta-feira em San José, Costa Rica.
"A desigualdade afeta mais as mulheres e a população indígena e a afrodescendente", destaca o primeiro Informe Regional sobre Desenvolvimento Humano para a América Latina e o Caribe 2010, do Pnud.
"As mulheres recebem salário menor que o dos homens pelo mesmo trabalho, têm presença maior na economia informal e enfrentam dupla jornada de trabalho (pelo trabalho doméstico)", explica o Pnud, acrescentando que "muitas mulheres carecem de acesso a serviços sociais em seu emprego".
As desigualdades associadas à origem racial e étnica são "consideravelmente maiores na população indígena e afrodescendente" da região, exceto em Costa Rica e Haiti.
"Em média, o dobro da população indígena e afrodescendente vive com menos de um dólar por dia, com relação à população eurodescendente", diz o estudo.
Quanto ao acesso a serviços de infraestrutura, o Pnud diz que "embora existam casos com os do Chile e da Costa Rica, onde a diferença entre os 20% da população com maior renda e os 20% da população com menor renda é baixa, persistem casos como os de Peru, Bolívia e Guatemala, que apresentam baixa cobertura destes serviços e grandes brechas entre os dois grupos".
O Pnud esclareceu que a pobreza não é a causadora dos altos índices de criminalidade em alguns países da região, embora tenha incidência.
"A criminalidade é um fenômeno mais complexo que relacioná-lo (exclusivamente) com a pobreza. A pobreza, em si mesma, não explica a criminalidade", disse Isidro Soloaga, coordenador do relatório regional, ao destacar que a Nicarágua tem baixa taxa de criminalidade, apesar de ter altos índices de pobreza.
Na América Central, a desigualdade tem sido reduzida desde os anos 90, enquanto na América do Sul "não foi até a metade da década seguinte que apresentou uma diminuição importante, embora (...) continuem sendo dos mais altos do mundo" em desigualdade, segundo o informe.
Fonte: G1

Vera Causa

Há que se explicar muitas coisas quando se fala em Paganismo. Espera-se muitas coisas de nossos Deuses que Eles nunca, ao contrário do Deus Cristão, prometeram. Há que se ler na história, de forma séria e honesta, o que os Deuses Antigos nos davam, o que Eles esperavam de nós e o que nossos antepassados fizeram por Eles.
Uma coisa é certa: os Deuses Antigos nunca prometeram aos seus adoradores uma falsa paz, um falso amor, uma falsa salvação, uma falsa redenção. Eles nunca prometeram que a vida seria mais fácil ou mais branda se nós os adorássemos. Eles nunca nos condenaram nem nos julgaram por nossas falhas, jamais agiram como padrastos que apenas acusa a paternidade quando convém ou quando há uma obediência cega.
Nossos antepassados guerrearam, por glória, por conquista, por riqueza, por territórios. As batalhas que os povos antigos travavam não eram feitas "em nome de Deus". O que se fazia era pedir aos Deuses por proteção, por vitória, por coragem. Nenhum povo antigo iniciou uma campanha militar usando como justificativa "por que Deus mandou" ou "por que Deus quis". Ao menos nossos ancestrais tiveram a coragem de fazer o que se devia fazer e nos garantiram uma vida com mais conforto. As grandes obras, como as pirâmides, segundo estudos recentes, não foram construídas por escravos, mas por pessoas que se ofereceram, foram voluntárias. Não podemos julgá-los com uma falsa condescendência do alto de nossos pedestais provincianos.
Na Idade Antiga havia mais liberdade, tolerância e coexistência religiosa. Uma pessoa podia livremente manter seu culto familiar e assistir aos cultos oficiais públicos. Podia-se adorar qualquer Deus ou Deusa, livremente. Podia-se frequentar qualquer templo, santuário ou cerimônia. Ninguém era forçado a adorar a Juíter, a Zeus nem de obedecer a seus sacerdotes. Nunca existiu algum tipo de patrulha ou polícia religiosa, nunca nenhum templo ou religião mantinha por meio da força o monopólio sobre o sagrado. Todas as ditas "melhorias" atribuídas à Igreja, como hospitais, universidades e tecnologia só existem porque foram iniciadas pelos Gregos Antigos, todos Pagãos.
As ditas "perseguições aos cristãos", quando aconteceram, foram de forma reduzida ou limitada, existiram por diversos motivos: a) eram considerados apenas uma forma de sectarismo judeu [somente foram chamados de cristãos e sendo tratados como tais por volta do ano 100 DC]; b) eram vistos como traidores do império romano, por que não cultuavam o Imperador; c) sua postura e separatismo do restante da sociedade eram vistos com desconfiança pela população. Nem mesmo um revisionista histórico equivaleria estes episódios à ação da Igreja em sua caça à heresia e às bruxas.
O Cristianismo tornou-se a única religião oficial graças à Constantino e Teodósio. Mais por motivos sociais e políticos do que religiosos. Pela fraqueza e covardia desses césares, a Igreja chegou ao poder; pela covardia e fraqueza dos reis e chefes de estado sucessores dos césares a Igreja tem mantido o poder pela opressão, repressão e alienação do ser humano. Instituída tal Tirania, o ser humano perdeu toda sua alegria, toda sua felicidade, toda sua beleza, todo seu erotismo, toda sua naturalidade. Eu não diria que é uma coincidência que a crueldade e a intensidade com que a violência, a guerra, aumentou exponencialmente suas vítimas inocentes apenas após o advento da Igreja como poder social, político e religioso no mundo. Eu diria que é mais do que evidente que é o Monoteísmo, que apenas consegue se sustentar na base da força, da violência, da coação, do fanatismo e do fundamentalismo. Então nada mais justo do que dar a Vera Causa deste blog como recuperar à humanidade a liberdade que existia; recuperar o direito a todos de ter acesso à felicidade, à alegria, ao prazer, ao desejo, ao amor; erradicar a Tirania; acabar com o Império Religioso; erradicar o fanatismo, o fundamentalismo; acabar com a adoração imposta a um Deus estranho e estrangeiro.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quebra de juramento

Coisas como juramentos são importantes nas escolas de mistérios tradicionais, pode ser um assunto delicado e precisa ser tratado com honestidade e sinceridade.
Os juramentos e aqueles que os quebram não estão limitados à Wicca.
Um soldado faz um juramento quando ele se alista no exército. Este soldado, se se torna um oficial, faz outro juramento ao ser comissionado como um oficial.
Políticos fazem um juramento de ofício, como membros do judiciário e forças da lei.
No caso dos políticos, juizes e soldados, a quebra de um juramento pode muitas vezes levar a acusações criminais de traição.
Pondo simplesmente, a quebra de juramento é quando um juramento foi feito por um individuo e que este individuo violou os termos deste juramento.
O mais importante é que se alguém não entende todas as implicações de seu juramento, então não deveria fazê-lo.
Em tradições sob juramento, significa que você não prosseguirá adiante, evidente.
Uma pessoa deve ser confiável e ter certeza que os juramentos estejam em linguagem simples é importante para ter certeza que eles estão sendo compreendidos clara e precisamente.
Para muitos de nós, a honra é importante e compreender o juramento do outro é crítico para ser capaz para concordar com ele e entender a profundidade do que se está pedindo por este juramento, seja de um soldado para defender a pátria ou simplesmente proteger aqueles que confiam em você, um juramento deve ser totalmente compreendido, incluindo as penalidades por violar este juramento.
Pessoas honráveis compreendem e concordam com seus juramentos e o que é verdadeiramente crítico sobre a quebra de juramento é que se alguém não pode concordar com o que é um juramento bem simples e direto, então por que devemos confiar nele?
Autor: Gryphon, Fórum Amber and Jet.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Protesto pagão diante da catedral

Jonas Trinkunas, líder do movimento pagão lituano Romuva, que restaura e pratica a religião nacional lituana, politeísta, dá a conhecer que nesta data, 17 de Julho, em que se comemora uma das maiores batalhas da Idade Média, a Batalha de Zalgiris, ou Batalha de Grunewald (1410), na qual as forças polaco-lituanas venceram a Ordem dos Cavaleiros Teutónicos, neste dia em que a Lituânia recorda e celebra essa efeméride, um grupo de pagãos lituanos aproveitou para exigir direitos diante da histórica Catedral de Vilnius. Sabe-se que, historicamente, os líderes da Lituânia dos tempos pagãos reuniam-se e faziam juramentos diante do fogo sagrado no mais importante altar de Perkunas, Deus do Raio e da Guerra, Ferreiro do Céu (possivelmente adorado na Celtibéria, quem sabe...). Sucede que as ruínas desse altar estão localizadas onde se ergue hoje a Catedral de Vilnius, na principal praça desta capital (por sinal, o verdadeiro centro geográfico da Europa). E desde há anos que a comunidade pagã lituana pede à Igreja Católica o direito de visitar o referido altar e de aí proceder a rituais pagãos. Estes pedidos nunca foram aceites.
Este ano, alguns representantes da comunidade pagã lituana decidiram protestar diante da igreja, manifestando publicamente a sua desaprovação contra uma força de ocupação que os proíbe de honrar livremente os altares dos seus ancestrais. Aliás, o lema do protesto foi precisamente «Cristandade na Lituânia - força de ocupação». Organizado muito rapidamente, de surpresa - um «flash mob», ou «multidão relâmpago» - consistiu numa reunião de pagãos à entrada da catedral, muitos deles com t-shirts brancas a exibir o lema acima referido. Combinara-se previamente que quando o sino da Igreja deu as seis da tarde, os participantes do protesto ali permanecessem durante seis minutos e depois dispersassem.
No momento do protesto, um dos participantes empunhava um cartaz a proclamar o repúdio ao Cristianismo na Lituânia. Os pagãos, mais de quarenta, rapidamente bloquearam a entrada para a catedral. Alguns dos indivíduos que tomaram parte na acção eram membros do grupo religioso pagão Romuva (espécie de «igreja» pagã nacional iituana), outros eram músicos do género Folk ou tradicional, outros ainda eram integrantes do grupo pagão juvenil Devyniaragis.
Aos habitantes locais e aos turistas que se aproximaram, foram distribuídos panfletos explicativos sobre o evento. Em vez dos programados seis minutos, o grupo acabou por aí permanecer quase um quarto de hora. A dada altura um padre saiu da catedral para pedir aos líderes do evento que dispersassem. Devido ao facto de mais de dez pessoas se terem reunido em espaço público sem permissão, o encontro-relâmpago tornou-se ilegal. De qualquer modo, uma vez que a manobra resultara, os participantes decidiram ir-se embora.
A Igreja não permite pois aos indígenas leais aos Deuses dos seus próprios ancestrais que honrem algo que lhes foi pura e simplesmente usurpado pela própria Igreja. Ao tomar essa atitude, a Igreja actualiza a sua intolerância milenar, o que não surpreende de todo.
Urge apenas que os pagãos lituanos comecem a preparar a sua «Ayodhya». Os pagãos lituanos e todos os outros pagãos europeus, para que possam recuperar os seus próprios locais sagrados, roubados por religiões universalistas totalitárias semitas há séculos e séculos.
Fonte: Gladius
Nota da casa: Complemento à notícia aqui divulgada.

sábado, 17 de julho de 2010

A batalha de Grunwald

Centenas de lituanos e poloneses vestidos com armaduras completas de cavaleiros medievais participaram neste sábado em Grunwald, na Polônia, de uma encenação de guerra em comemoração ao 600º aniversário da Batalha de Grunwald. Segundo previsão dos organizadores, 2 mil homens estiveram no evento.
A sangrenta batalha de Grunwald, realizada em 1410, marcou a vitória da união entre lituanos e poloneses contra os invasores cavaleiros teutônicos que buscavam expandir a influência católica nessa região do leste europeu e extinguir cultos pagãos na Lituânia. Na época, 50 mil soldados lutaram no confronto.
O confronto é considerado a maior vitória militar na história de Polônia e Lituânia e uma das mais importantes batalhas da Idade Média.
Fonte: Noticias Terra
As Cruzadas do Norte ou Cruzadas do Báltico foram cruzadas empreendidas pelos reis católicos da Dinamarca e Suécia, pelas Ordens militares alemãs dos Livonianos e dos Teutônicos, e por seus aliados contra os povos pagãos da Europa Setentrional localizados próximos das costas sul e leste do Mar Báltico.
O ponto de partida oficial para as Cruzadas do Norte foi a convocação feita pelo Papa Celestino III em 1193; porém os reinos cristãos da Escandinávia e o Sacro Império Romano-Germânico já haviam, anteriormente a isto, iniciado um movimento para subjugar seus vizinhos pagãos. Os povos não-cristãos que foram alvos das campanhas em várias épocas são:
  1. Os Vendos e Ruguianos eslavos, de Rügen, Pomerânia e Mecklemburgo (em 1147 pelos dinamarqueses, e mais tarde também pelos saxões e poloneses),
  2. Os povos da (atual) Finlândia em 1154 (Finlândia Própria; questionável), 1249? (Tavástia) e em 1293 (Carélia) (pelos suecos, embora a cristianização de Novgorod tenha se iniciado mais cedo),
  3. Os Estonianos, Latgálios e os Livonianos (pelos alemães e dinamarqueses, 1193–1227),
  4. Os Lituanos (pelos alemães, sem sucesso, no início do século XIV-1316),
  5. Os Curonianos e os Semigálios,
  6. Os Antigos Prussianos,
  7. Os Vendos polábios e os Obotritas (entre os rios Elba e Oder).
O conflito armado entre os Bálticos e os Eslavos, que espalhou-se pela costa do Mar Báltico envolvendo seus vizinhos saxões e dinamarqueses do norte e do sul, foi um acontecimento comum por vários séculos antes mesmo das cruzadas. As batalhas aconteciam em grande parte motivadas pelas tentativas de destruição de castelos, controle das rotas de comércio marítimas e obtenção de vantagens econômicas na região, e as cruzadas basicamente continuaram esse padrão de conflito, embora agora inspiradas e prescritas pelo Papa e empreendidas pelos cavaleiros papais e monges armados. As primeiras campanhas aconteceram paralelamente à Segunda Cruzada à Terra Santa no meio da década de 1100 e continuou irregularmente até o século XVI.
No século XII, os povos que habitavam as terras atualmente conhecidas por Estônia, Letônia e Lituânia formavam um enclave pagão entre os emergentes e poderosos Estados cristãos – ortodoxos à Leste e católicos romanos à Oeste. A diferença de credos era uma razão deles ainda não terem sido convertidos. Durante um período de mais de 150 anos, que termina com a chegada dos cruzados alemães à região, a Estônia foi atacada treze vezes pelos principados russos e também por dinamarqueses e suecos. Os Estonianos, por sua vez, fizeram incursões na Dinamarca e na Suécia. Existiram tentativas pacíficas, pelos cristãos ocidentais, para a conversão dos Estonianos, iniciadas com missões enviadas por Adalberto, Arcebispo de Bremen em 1045-1072. Contudo, esses esforços de paz parecem terem tido muito pouco sucesso.
Seguindo na esteira dos mercadores alemães, que navegavam agora pelas antigas rotas de comércio dos Vikings, um monge chamado Meinhard desembarcou na foz do rio Daugava, na atual Letônia, em 1180 e foi feito bispo em 1186. O Papa ordenou uma cruzada contra os pagãos Bálticos em 1193 e uma expedição de cruzados comandados pelo sucessor de Meinhard, o bispo Bertoldo, desembarcou na Livônia (parte da atual Letônia, cercando o Golfo de Riga) em 1198. Embora os cruzados vencessem sua primeira batalha, o bispo Bertoldo foi ferido mortalmente e os cruzados foram repelidos.
Em 1199, Alberto de Buxhoeveden foi designado pelo Arcebispo de Bremen para cristianizar os países bálticos. Quando Alberto morreu, 30 anos mais tarde, a conquista e a formal cristianização da atual Estônia e norte da Letônia estavam completas. Alberto iniciou sua tarefa empreendendo uma viagem pelo Império, pregando uma cruzada contra os países bálticos e foi nisto amparado por uma Bula Pontifícia, que declarou que a luta contra os pagãos bálticos teria a mesma importância de uma participação em uma cruzada à Terra Santa.
A última região da Estônia a resistir contra as invasões foi a ilha de Saaremaa, cujas frotas de guerra atacaram a Dinamarca e a Suécia durante os anos de lutas contra os cruzados alemães. Um forte exército de 20.000 homens sob o comando do legado papal, Guilherme de Modena, atravessou o mar congelado enquanto a frota de Saaremaa estava obstruída pelo gelo, em janeiro de 1227. Após a derrota dos estonianos, os cruzados atacaram os Curonianos e os Semigálios, as tribos da Letônia que viviam ao sul e oeste do rio Daugava.
Fonte: wikipedia
Nota da casa: E ainda tem gente que se ofende quando eu simplesmente sonho com o mundo voltando para as mãos dos seus Deuses originais. Por que não vai falar em "respeito" e "tolerância" com um cavaleiro teutônico?

Crianças acusadas de bruxaria são caçadas

O número de denúncias de abusos cometidos contra crianças acusadas de bruxaria está aumentando na África subsaariana, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O fundo diz que crianças, especialmente entre 8 e 14 anos, vêm sendo queimadas, espancadas ou até mortas como punição.
Os grupos mais vulneráveis são crianças de rua, albinos e portadores de deficiência, segundo um novo relatório.
A agência diz que o aumento no número de casos estaria ligado a maior urbanização e recentes guerras no continente.
Outro fator seria o custo crescente para criar crianças, segundo a Unicef.
Exorcistas
Crianças têm gasolina colocada sobre seus olhos e ouvidos como forma de exorcisar "espíritos malignos" que curandeiros alegam os estar possuindo.
O problema estaria sendo aumentado também pelo aumento no número de pessoas que cobram para praticar exorcismos. Há relatos de um homem preso na Nigéria após cobrar mais de US$ 250 por cada procedimento.
A Unicef diz que a bruxaria infantil é um fenômeno relativamente novo na África. Até 10 ou 20 anos atrás, mulheres e cidadãos idosos costumavam ser os acusados.
A agência diz que não tenta erradicar a prática mas alerta que violência contra crianças é errado.
Fonte: G1
Nota da casa: E ainda tem gente que vem me cobrar "respeito" e "tolerância". Por que não vai despejar sua verborragia politicamente correta na África subsaariana?

O coven de New Forest

O coven de New Forest era um grupo de bruxas neopagãs que se encontravam próximo da região de New Forest no sul da Inglaterra em 1930 e 1940. Em setembro de 1939, um ocultista britânico chamado Gerald Gardner foi iniciado no coven e subsequentemente usou as crenças e práticas deste coven como uma base pela qual ele formou a tradição da Wicca Gardneriana. Gardner descreveu algumas de suas experiências com o coven em seus livros "Bruxaria Hoje" e "O Significado da Bruxaria". Enquanto isso, suas afirmações foram sustentadas pelo ocultista Louis Wilkinson, quem em uma entrevista com Francis X. King afirmou que ele também encontrou o coven. Segundo uma pesquisa posterior de Philip Heselton, existem muito mais evidências de um coven de praticantes, cujos membros ele identificou como sendo Dorothy Clutterbuck, Edith Woodford-Grimes, Ernest Mason, Susie Mason, Rosamund Sabine e Katherine Oldmeadow.
De acordo com as convicções dos membros deste coven, eles acreditavam que seguiam um culto de bruxas, uma religião pré-cristã que se originou no Paganismo da antiga Europa Ocidental, um grupo de pagãos que adoravam um Deus Cornífero e uma Deusa, durante a Idade Média e Moderna. Tal conceito foi sustentado por Jules Michelet e Charles Leland, mas tornou-se proeminente quando foi divulgado pela antropologista Margaret Murray em seu livro "O Culto das Bruxas na Europa Ocidental" e "O Deus das Bruxas". Philip Heselton, quem fez uma pesquisa exaustiva sobre o grupo, especulou que o coven foi formado por uma mulher chamada Rosamund Sabine, quem antes de mudar-se para New Forest esteve envolvida em vários grupos esotéricos como a Ordem Hermética da Golden Dawn. Ele [Philip] acha que ela [Rosamund], depois de ler [o livro] "O Culto das Bruxas na Europa Ocidental", ficou interessada em bruxas e acreditava ser a encarnação de uma. Por esta razão, ela reuniu alguns amigos que tinham algum interesse no oculto e fundou o coven.
Gerald Gardner afirmou que, depois de mudar-se para Christchurch, Dorset, ele se envolveu com a Rosicrucian Order Crotona Fellowship, uma organização oculta baseada na Rosacrucianismo. Entretanto, ele estava muito insatisfeito com a Ordem e em particular com seu lider, George Alexander Sullivan. Ele encontrou um grupo de pessoas dentro da Fellowship que dizia estar envolvida em co-maçonaria, que informou-o que eles mudaram para a área onde eles se juntaram à organização quando o amigo deles e amigo co-maçon, Mabel Besant-Scott, assim o fez.
Este grupo afirmava que tinha conhecido Gardner de uma vida passada e em setembro de 1939, o iniciou na Wicca em um ritual que aconteceu em uma das casas que pertenciam a Dorothy Clutterbuck.
De acordo com Gardner, seu primeiro contato com as bruxas foi através de um grupo interno no Crotona Fellowship, uma sociedade Rosacruz que mantinha um teatro em Christchurch. Eles eram um grupo reservado, que se mantinha separado de outros membros da ordem e do teatro. Philip Heselton identificou alguns dos membros deste grupo como Edith Woodford-Grimes, Ernie Mason e sua irmã Susie Mason e Rosetta Fudge. Possivelmente que por volta de 1930 alguns membros do Crotona Fellowship, inspirados pelo trabalho de Margaret Murray, realizavam rituais baseados na co-maçonaria e incorporaram elementos do folclore e estes eram os rituais que Gardner encontrou.
A família Mason viveram em Southampton por um período de mas de 150 anos. Alguns informantes de Philip descrevem Ernie em particular e a família em geral como 'bruxas'. Seu pai, George Miles Mason, construiu um local de encontro em Southampton que parecia ser usado para encontros de vários grupos esotéricos, incluindo co-francomaçonaria. Philip aponta uma referência sobre Toothill como um 'centro de bruxas' em um livro de Justine Glass. Baseadas nesta e em outras evidências ele [Philip] propõe que a família Mason poderiam ser os mantenedores de uma tradição hereditária de bruxaria.
A sacerdotisa que iniciou Gardner na bruxaria era chamada por "Dafo" ou "Daffo". Ela era identificava como Edith Rose Woodford-Grimes. Ela vivia na mesma rua da família Mason entre 1922 e 1937, quando eles começaram a se envolver intensamente em atividades esotéricas. Em 1938 ela vivia em Christchurch, próximo do Rosicrucian theatre e era um membro ativo. Em agosto de 1940, no casamento de sua filha, a noiva foi acompanhada por Gerald Gardner, que foi descrito como um 'amigo próximo'. Edith permaneceu uma amiga próxima de Gardner pelo resto da vida dele.

Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Grande Rito [esclarecimentos]

O Grande Rito não é uma "orgia sexual", nem é especialmente ligado ou somente feito no Sabbat Beltane. Essa visão é deturpada. Vamos definir o GR e entender seu papel em nossa religião.
O GR é SIMPLESMENTE o mistério CENTRAL da Wicca. Praticamos - ou desejamos aprender a praticar- uma religião de Mistérios. Cabe compreender que de todos os Mistérios que a Wicca acessa nenhum é mais sagrado e complexo do que o Grande Rito ou Grande Casamento. Ao acessar e comungar com a energia do GR uma pessoa se conecta simplesmente com a energia inicial que criou a Vida, a Deusa Criadora e Seu Consorte amado.
TODO E QUALQUER RITUAL WICCANIANO [sic] PRECISA DA ENERGIA DO GR.
Nele, a Deusa é a Senhora que Canta em Todas as Coisas, Ele é o Condutor da Dança Espiral de Êxtase. O conteúdo desse mistério, quer isso choque as pessoas (especialmente os iniciantes ou não) é sim totalmente sexual. Vivemos uma religião cujo mistério central é o orgasmo sagrado que une Deusa e Deus e gera toda a vida a cada instante.
Porém, como cada sacerdotisa ou sacerdote vai escolher viver essa energia, ai sim é que há variações. Muitas pessoas participarão de ritos sexuais sem problemas, compreendendo sua sacralidade e beleza. Outras pessoas preferirão os ritos apenas simbólicos, e os farão a vida toda. Ambos poderão - se iniciados- acessarem totalmente os Mistérios, porém de maneiras diferentes.
NOTEM que eu falei de iniciados, porque novatos, mesmo que estejam bem conectados e mesmo que façam o ritual de taça com athame ou bastão não fazem realmente o GR. No máximo conseguem fazer uma benção do vinho. SOMENTE CONSEGUE PRATICAR O GR QUEM É INICIADO OU SEJA, QUEM TEM UM COMPROMISSO DE ENTREGA SACERDOTAL, PORQUE PELA PROMESSA INiCIATICA ELE PASSA A ACESSAR O PODER DO TRES VEZES O TRES, QUE É O PODER DO GR.
Wiccanianos [sic] só realizam o GR entre si.
Hoje a imensa maioria dos covens que adota praticas sexuais para o GR também aceita e incentiva o uso de preservativos. Isso se dá porque se acredita que o que gera o poder do GR não é a possibilidade da nova vida em si, mas sim a energia que poderia cria-la.
No entanto, tradições mais conservadoras, como a Gardneriana, ainda praticam o GR sem emprego de preservativos, por crerem que é imprescindivel a ele a possibilidade real da concepção. Nessas tradições, há parceiros magicos fixos para o GR.
São visões diferentes.
Em tese, se uma sacerdotisa engravida durante a realização do GR, a criança é considerada um filho do Deus de Chifres.
Como isso é explicado a parceiros não wiccanianos - maridos, esposas , namorados? Bem, creio que todos os wiccanianos [sic] que praticam ritos sexuais informam seus parceiros não wiccanianos [sic] dessa possibilidade, então, creio que é um problema que ja tem tratamento previo e cabe ao casal resolver.
Não existe celebração do GR sem que ambos os parceiros sejam sacerdote e sacerdotisa.
O GR real só é feito por inciados, seja com sexo entre duas pessoas, seja com o simbolismo do athame e taça.
Quando um não iniciado, praticante novato, realiza o ato de unir athame e taça ele está fazendo só uma benção do vinho, uma vez que ele não esta revestido do poder sacerdotal que tornaria esse gesto um grande Rito. Essa é a diferença: vc acessar ou não o poder do 3 vezes o 3. É esse acesso que faz da união de taça e athame um GR real, e esse acesso só se obtém através do compromisso iniciático.
Autora: Mavesper Ceridwen, na Sociedade Wicca.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Descoberta arqueológica erótica

Um grupo de arqueólogos mexicanos publicou uma série de ensaios sobre os costumes sexuais das civilizações pré-colombianas do México e da América Central, revelando segredos que permaneceram ocultos por quase 500 anos.
Os documentos apontam para práticas que escandalizaram os espanhóis, que chegaram à região no século XVI.
O conceito de sexualidade dos habitantes originais das Américas era muito diferente do europeu, que tinha uma visão moral e religiosa sobre o tema. Nas culturas mesoamericanas (como eram conhecidas as civilizações indígenas da região que vai do centro do México à América Central), o sexo era um elemento de ordem social, explica Enrique Vale, editor da revista Arqueologia Mexicana, que publicou os ensaios.
"A sexualidade ia além da função reprodutiva, era vista como uma maneira de assegurar a marcha do mundo", disse Vale à BBC.
Salão secreto
Durante centenas de anos, as práticas sexuais das civilizações mesoamericanas foram praticamente ocultadas, e mesmo na época moderna o tema foi abordado sob um ponto de vista moral.
Em 1926, por exemplo, o antropólogo Ramón Mena reuniu uma mostra de esculturas fálicas e outros objetos das civilizações pré-colombianas que faziam referência à sexualidade.
A coleção, no entanto, nunca foi aberta ao público e permaneceu escondida durante várias décadas em um salão secreto do antigo Museu Nacional de Antropologia na Cidade do México.
Muitas peças eram falsas, mas as que tiveram sua legitimidade confirmada foram distribuídas depois em mostras das diferentes culturas pré-colombianas.
Rito de passagem
Os ensaios publicados na revista "Arqueologia Mexicana" revelam, por exemplo, que a homossexualidade era uma prática comum na civilização maia.
Este era um elemento a mais na formação dos jovens, explicam os antropólogos Stephen Houston e Karl Taube no ensaio "A sexualidade entre os antigos maias".
"As relações entre pessoas do mesmo sexo eram próprias do tempo dos ritos de passagem, em que um menino se transformava em um homem", explicam.
A homossexualidade está presente em quase todas as culturas pré-colombianas, mas foi abordada de maneiras diferentes pelas diferentes civilizações.
Por exemplo, entre os astecas, que dominavam a região central do que é hoje o México, as relações entre pessoas do mesmo sexo não eram bem vistas.
Este elemento se refletia também nas divindades pré-colombianas, muitas das quais tinham, em maior ou menor escala, aspectos femininos e masculinos, explica o historiador Guilhem Olivier em seu ensaio "Entre o pecado nefando e a integração. A homossexualidade no México antigo".
Masturbação ritual
Em algumas culturas, a masturbação era um tema vinculado à fertilização da terra.
Os maias, como outras civilizações mesoamericanas, praticavam a masturbação como uma maneira de fecundar a terra, que em algumas civilizações era considerada um símbolo feminino.
"Há indícios de que os maias tinham objetos sexuais de madeira, usados como consolos e descritos pudicamente em um relatório arqueológico como uma efígie fálica", afirmam.
A atitude frente à masturbação é uma das práticas que torna mais evidente a diferença entre as culturas pré-colombiana e espanhola, diz Vela.
Há ainda outro elemento: em algumas culturas mesoamericanas, o erotismo não era um elemento central na sexualidade, mas era visto como uma forma de ordenar o planeta, que tem um lado feminino e um lado masculino, assim como existia o em cima e o embaixo, afirma o editor.
Fogo e sal contra os adúlteros
Em termos gerais, as transgressões sexuais eram castigadas com severidade nas culturas mesoamericanas.
O adultério, por exemplo, era castigado com a morte em algumas civilizações, e em outras, como a dos astecas, permitia ao marido traído arrancar a mordidas o nariz dos adúlteros.
Os purepechas tinham outro castigo: no caso dos adúlteros terem assassinado o marido, o amante era queimado vivo enquanto água com sal era jogada sobre ele até sua morte.
O adultério era castigado por uma forte razão: em algumas culturas, acreditava-se que a prática causava desequilíbrio para a comunidade e o cosmos, destacam Miriam López e Jaime Echeverría em seu ensaio "Transgressões sexuais no México antigo".
A presença do transgressor provocava desgraças, como a perda de colheitas ou a morte de crianças, e em alguns casos chegava-se a acreditar que ela poderia provocar o fim de uma época.
Como exemplo, eles citam que o líder asteca Moctezuma destruiu um local de prostituição, porque acreditava que as transgressões públicas das prostitutas teriam feito com que os deuses permitissem que os espanhóis chegassem e impusessem seu domínio.
Fonte: G1

domingo, 11 de julho de 2010

O Sabat das Feiticeiras

Foi durante o século XII que se difundiu mais rapidamente a ideia do sabat, reunião nocturna das sextas-feiras, à qual compareciam as bruxas a voar nas suas vassouras, cavalgando nos seus bodes, ou mesmo transformadas sob a forma de pássaros.

A sexta-feira é 13. O seu nome sugere feitiçaria e, para muitos, a sua ocorrencia no calendário é prenúncio do azar. Toda a sexta-feira, entretanto, está associada à idéia do Sabat, como ficou conhecido na Idade Média o festim em que as bruxas reunidas se banqueteavam na presença do Demónio. Também às sextas, à luz da lua cheia, os amaldiçoados lobisomens se transformam, e os vampiros propalam-se em vôo sedento de sangue à procura das suas vítimas.

O 13 é o número da morte, do azar, do mau agouro, dizem alguns. Para outros, contradizendo, pode simbolizar a sorte por trazer em si as transformações, visto que o 13 representa o rompimento dos limites, a quebra dos padrões estatutários impostos pelo 12.

Expliquemos melhor. O 12 expressa as coisas inteiras, os sistemas fechados e completos. Observe-se que são 12 os meses do ano, as horas do dia e da noite; também o número de deuses do Olimpo e de constelações e signos do zodíaco; e 12 são as notas musicais, tons e semitons.

Já o 13 é aquele que ultrapassa a ordem conhecida das coisas.

Promove a revolução do novo, e intromete-se no nosso mundo de modo a perturbar a nossa aparente sensação de segurança, vinda da ordinária dimensão à qual estamos acostumados. Associado ao jogo, às vicissitudes da vida, igualmente à sorte e ao azar, o 13 ainda compõe o número de cartas de cada um dos 4 naipes dos baralhos comuns. E eram 12 os apóstolos presentes à última ceia de Cristo, de onde se criou a superstição medieval de que quando 13 se reúnem à mesa para comer, um em breve irá morrer.

Predicadas pelo estranho 13, as sextas-feiras, noites de sabat, impõem maior respeito ao imaginário popular ainda mais quando a noite for de lua cheia.

Na mitologia assírio-babilónica, data de mais de 8 mil anos a crença de que Isthar, a lua, se tornava indisposta a cada plenilúnio, quando então se observava o sabattu, período de recolhimento dos homens em respeito à Grande Deusa. Veja-se que provém da antiguidade mais remota o útil conselho dado aos maridos para que estes não provoquem as suas mulheres em fase pré-menstrual. Durante a indisposição de Isthar, guardava-se o sábado, que primitivamente era mensal, dia considerado nefasto, no qual não se autorizava qualquer tipo de trabalho, nem viajar ou cozinhar alimentos. Com a percepção de que Isthar apresentava fases cíclicas, crescente, cheia, minguante e nova, a cada 7 dias renovadas, a prática do sabattu estendeu-se a todas as semanas de modo a demarcar sempre o último dia da semana. Sábado, em português, vem do latim sabbatum, que, por sua vez foi emprestado do grego sábbaton. Este, seria proveniente do hebraico sahabbat, que, etimologicamente, deriva do verbo sabat (parar). Outras fontes extraem-no de seba (sete), ou tomam-no como derivando do termo sabi'at (sétimo dia). Tenhamos em conta ainda que o hebraico sabbat guarda enorme semelhança com sapatu, que em dialeto árcade primitivo significava "paragem, descanso", também "sono da lua". Nesse caso, o termo hebraico seria originário do grego, ao contrário da primeira hipótese.

Acredita-se que a Igreja, na sua obstinada caça às bruxas, tenha julgado conveniente escolher um nome da tradição judaica, especificamente aquele que denota o período de oração que se inicia ao pôr do sol das sextas-feiras, para nomear o conclave das feiticeiras. Agindo assim, transformaria judeus, bruxas e demais hereges, inimigos comuns da fé cristã, em gatos de um mesmo saco. Além disso, no início das perseguições, denominava-se "sinagoga" o local escondido nas florestas destinado à reunião das bruxas. Pesquisando mais profundamente encontramos o termo grego sabbathéos, literalmente "o sabá divino", relacionado com as sabátidas, festas dedicadas a Sabácio, divindade agrícola conhecida na Trácia e na Frígia, com atributos similares aos de Dionísio, ainda que não tão popularizada quanto este. As sabátidas já ocorriam anteriormente a Moisés e ao judaísmo; e ao seu deus eram consagrados o trigo e a cevada, da qual se fermentava uma bebida inebriante, servida aos presentes.

Foi durante o século XII que se difundiu mais rapidamente a ideia do sabat, reunião nocturna das sextas-feiras, à qual compareciam as bruxas voando nas suas vassouras, cavalgando nos seus bodes, ou mesmo transformadas em forma de pássaros. Para que pudessem voar, untavam os seus corpos com uma poção mágica por elas preparada; e na cerimônia, iniciada à meia-noite, entregavam-se a orgias e ao Demónio.

Qual a ligação desta festa com o sabat das feiticeiras? Entendamos a questão. A Igreja, já no ano de 360, no sínodo de Elvira, admitia a existência dos poderes mágicos, que seriam decorrentes de pactos com o demónio, e negava a comunhão, mesmo à hora da morte, para os que caíssem em tal tentação. Até ao século XI, a Santa Sé diferenciava os seres maléficos, devotados aos sortilégios, aos encantamentos por bonecos de cera, aos maus-olhados, das strigae, demónios femininos que sob a forma de pássaro se alimentavam de recém-nascidos. Strega, bruxa em italiano, deriva daí, e em português temos igualmente o termo estrige; ambos oriundos da raiz latina strix, a significar coruja, pássaro nocturno ou qualquer outra ave de rapina. Um século antes, o monge Regino de Prün dizia que voar à noite com a deusa Diana não podia ser algo real, senão mera ilusão provocada pelo Demónio. (...).

"O Sabat das Feiticeiras"
Por Paulo Urban
Publicado na Revista Planeta nº 346 / julho 2000

Divulgado: Mirabilis Magicus Miraculosus