sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A praga do dogmatismo

Frade Longenecker está preocupado com o que comemos. Conhecendo os hábitos alimentares dos americanos, é uma preocupação compreensível. Mas em um mundo tão grande, com tantos, povos, hábitos alimentares e dietas, em que a preocupação e a opinião de Frade Longenecker é relevante ou pertinente? Ele deve estar usando a comida como uma analogia para alguma outra coisa.

Frade Longenecker diz que comer tem um objetivo. Comer está relacionado com uma função orgânica e natural de nosso corpo. Comer é como sexo. Confundir gêneros é igual a comer algo inapropriado. Analogia interessante. Eu vou comprar.

Comer é uma função orgânica e natural que visa um objetivo. Comer deve ser compativel com o organismo e não o inverso. Vamos colocar em uma mesa a enorme diversidade de espécies. As formas de comer são inúmeras. Portanto as formas de gênero são igualmente inúmeras. O que torna ridiculo a doutrina da Igreja de que apenas existe o gênero "homem" e "mulher" e de que apenas existe a heterossexualidade.

O cristão pode tentar refutar dizendo que não estamos falando na natureza em geral, mas da humanidade. Este é o problema em usar analogias, se não há um endereçamento específico, elas se tornam universais. Eu serei condescendente e permitirei essa restrição. Confundir gêneros humanos é igual a pessoas comendo algo inapropriado. Continua interessante. Eu vou comprar.

Quando falamos especificamente em seres humanos, também devemos ser específicos quanto aos hábitos alimentares. Vamos colocar em uma mesa a enorme diversidade de épocas, povos, culturas e dietas. Os hábitos alimentares são extremamente diversificados. Portanto as formas de gênero e sexo são tão amplas que se torna ridículo e grosseiro que um cristão ocidental dite normas, sejam de hábitos alimentares, sejam de gênero/opção/identidade sexual, para quem quer que seja.

Eu sei, até compreendo, que o cristão se sinta confuso, amedrontado, inseguro e receoso ao se deparar com o fato de que o gênero é resultado de uma construção sócio-cultural. A Igreja incute esse medo, essa fobia, porque sabe que seu poder e influência depende de manter milhões de pessoas na ignorância. Medo e ignorância resulta em ódio e violência, sentimentos que tem sido uma excelente fonte de lucro para a Igreja.

Eu gostei tanto dessa analogia comer=sexo que eu vou mais adiante. Afinal, se hoje eu comi bife e amanhã eu como macarrão, hoje eu sou heterossexual e amanhã eu posso ser homossexual. O senhor pode fazer o mesmo. Se hoje o senhor jejuou e amanhã vai comer uma feijoada, hoje o senhor é monogâmico e amanhã o senhor pode ser poligâmico.

Se cada pessoa pode escolher o que quer comer, cada pessoa pode escolher qual é seu gênero/opção/identidade sexual e ninguem tem coisa alguma com isso.

APOSTASIA JÁ!

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