quarta-feira, 22 de junho de 2016

O oráculo de Zeus

Retomando mais do tema da arte pré-histórica, com suas "Vênus" e "Bisões", as representações da fecundidade e da fertilidade possuem signos e símbolos em comum, para a "Deusa" e para o "Deus".
A Deusa assume a forma da serpente em diversas artes e o Deus assume a forma do touro em diversas artes.
Jove e Zeus tem em comum dois símbolos que os equiparam ao Deus primordial: o trovão e o touro. O mito de Minotauro é o melhor reflexo desse antigo mito de criação, assim como o motivo pelo qual o "monstro" faz parte do mistério do labirinto.
Nós somos descendentes dos povos Indo-Europeus, Diaus-Pater é a origem de Júpiter, o Deus Romano Jove e também de Zeus, o Deus Grego. Jove acabou assimilando o mito de Zeus, mas os mitos deste Deus foram-nos contado em um período quando as cidades-estado gregas constituíram sua civilização e seus reis procuravam consolidar seu poder através dos mitos da antiga religião grega. Assim como seus pares de outras civilizações, politeístas e monoteístas, os sacerdotes tiveram muito trabalho para sistematizar as tradições orais em um discurso oficial, tal como vemos nas obras de Hesíodo.
Era do interesse dos reis que Zeus fosse o soberano de todos os Deuses, provavelmente porque Zeus era a divindade tutelar em comum das famílias aristocráticas e era constrangedor que Zeus tivesse tido sua origem em uma caverna [caverna de Psicro], de um monte [monte Ida], ambos locais dedicados à Reia e suas auxiliares, Amaltéia e Adrastéia.
Provavelmente os mitos de Zeus envolviam os mitos antigos originários, onde o Deus consorte de uma Deusa enfrenta seu sucessor [filho], que deve matar seu antecessor [pai] para assumir o trono. Cronos sucedeu Urano depois de destroná-lo, sabendo que em breve ele também seria desafiado. Os mitos indicam que esses Deuses destronados poderiam muito bem ser os Deuses tutelares de ancestrais e antepassados que tiveram que ser afastados para que estas famílias aristocráticas conquistassem o poder. Poder este que passava de uma matriliearidade para uma patrilinearidade. O trono e a majestade, deixam de ser um atributo de uma Deusa para ser o atributo de um Deus.
O sinal mais evidente desta troca de poder está no mito de Apolo e Pithon, similiar a tantos outros mitos onde um Deus enfrenta e vence uma serpente ou dragão, símbolos de diversas Deusas antigas. Delfos tem a fama imemorial de seu oráculo e de suas sacerdotisas, não coincidentemente chamadas de pitonisas. Mas Delfos não foi o primeiro oráculo e Apolo não foi o primeiro Deus a abarcar as funções da Deusa Serpente. Antes de Delfos existiu Dodona.
As escavações indicam que o sítio é de ocupação muito antiga, havendo vestígios desde a Idade do Bronze. Aristóteles dizia que era a área onde os gregos se originaram. Possivelmente os primeiros cultos ali oferecidos se destinavam a deidades femininas ligadas à terra e à fertilidade, como a Grande Mãe. O culto de Zeus Naios (da fonte) e Zeus Bouleus (conselheiro) foi trazido por uma tribo de Tesprócia, os Selloi, e incluía a veneração a Dione, sua esposa divina. Logo outros deuses também passaram a ser cultuados, como Afrodite e Têmis.
O santuário é citado por Homero na Ilíada, mas nesta época ainda não havia edificações, e o culto era realizados a céu aberto, em torno da árvore sagrada e da fonte que a seu pé corria, com um simples círculo de caldeirões a delimitar o espaço sagrado. Mais tarde, no século IV a.C., foram erguidos o primeiro pequeno templo de Zeus e três stoas, bem como foi murada a acrópole. No século seguinte o rei Pirro deu-lhe o seu caráter monumental, erguendo os templos restantes, o teatro, o buletério, o pritaneu e o estádio, que era a sede dos Jogos Naios em honra a Zeus. Nesta altura a fama do oráculo havia se estendido para além das fronteiras da Grécia.
O santuário está circundado por um muro que é uma extensão do muro da acrópole, com a entrada a oeste. Junto à entrada estão um templo dórico, o altar de Hércules, e dois pequenos templos dedicados a Dione. Ao norte do altar de Hércules ficam as ruínas da basílica, e a oeste o mais importante dos edifícios do lugar, a Casa Sagrada (Hiera Oikia), ou templo de Zeus, tendo aos lados os templos de Têmis e Afrodite. Existem outros edifícios ainda não escavados, que juntos com os demais — o bouleuterion, o estádio, o teatro e a casa dos sacerdotes — perfazem uma grande complexo de desenho anfiteatral voltado para o oeste. A acrópole, ao norte do santuário, servia como residência permanente das autoridades de Dodona, e como cidadela em tempos de guerra.
Fonte: Wikipédia.
Segundo a tradição, o mais antigo dos oráculos grego situava-se em Dodona, no Épiro, a 22 km de distância da atual cidade de Ioanina. Os primeiros vestígios atribuíveis à atividade oracular remontam, no entanto, somente ao século -VIII. Em épocas remotas parece ter existido no local um santuário dedicado a Gaia, ali também conhecida por Dione, relegada a segundo plano bem antes do início do Período Arcaico, época de Homero e de Hesíodo.
O oráculo consistia, inicialmente, de um carvalho sagrado, possivelmente rodeado de trípodes de bronze; somente no fim do século -V foi erguido o primeiro templo de pedra dedicado a Zeus. No Período Helenístico foram acrescentados outros templos, um bouleuterion, umpritaneion (onde viviam os sacerdotes), uma acrópole, um estádio e um teatro de 18.000 lugares, seguramente um dos maiores da Grécia.
As perguntas ao oráculo, pelo menos no século -VI, eram geralmente submetidas por particulares em placas de chumbo; as respostas dependiam, basicamente, do som emitido pelas folhas do carvalho, agitadas pelo vento, e pelo ruído das aves que ali faziam ninho. A vontade do deus, é claro, era interpretada pelos sacerdotes locais. Segundo Heródoto, o santuário foi administrado por três sacerdotisas.
Fonte: Grécia Antiga.

Os habitantes de Dodona eram os primeiros que recebiam as oferendas hiperbóreas entre os gregos. Depois desciam desde Dodona até o golfo Malíaco e continuavam até Eubéia e Caríptia. Contam as velhas lendas que se perdem na noite dos séculos que as sacratíssimas oferendas nórdicas prosseguiam a sua viagem a partir de Caríptia, sem tocar em Andros, de onde os catecúmenos as passavam para Tenos e a seguir para Delos.
Os habitantes de Delos acrescentam sabiamente que os povos hiperbóreos tinham o belo e inocente costume de enviar as suas sagradas oferendas pelas mãos de duas deliciosas e inefáveis virgens. Hiperocha e Laodicéia eram os seus nomes.
Dizem as sagradas escrituras que, para cuidar dessas santas mulheres, tão deliciosas e sublimes, cinco Iniciados ou Perpheres as acompanhavam em sua perigosa e longa viagem, mas tudo foi inútil, porque aqueles santos varões e as duas sibilas foram assassinadas em Delos, quando cumpriam sua missão.
Muitas núbeis donzelas da cidade, delicadas e belas, cheias de dor cortaram o cabelo e depositaram os crespos bucles dentro de um fuso sobre o monumento alçado em honra daquelas vítimas que, se dizia, tinham vindo acompanhadas pelos Deuses Apolo e Ártemis.
Fonte: Esoterika.

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